“Com Carinho, Kitty” é o spin-off perfeito que não sabíamos que precisávamos

Confesso que quando a Netflix anunciou a série spin-off de “Para Todos os Garotos que Já Amei” (2018), trilogia que adapta a obra de Jenny Han, meu primeiro pensamento foi: “para que expandir a história que foi encerrada tão bem?”. E mesmo assim, a nova série me ganhou logo no primeiro trailer.

Após unir a irmã Lara Jean (Lana Condor) com Peter Kavinsky (Noah Centineo), Kitty (Anna Cathcart) está pronta para viver sua própria história épica de amor. Sendo uma “mastermind” que daria orgulho para Taylor Swift, a jovem de 15 anos com o “dom” de unir casais convence o pai a permitir que ela faça um intercâmbio para Coreia do Sul a fim de conhecer mais do passado de sua mãe e reencontrar o namorado, Dae (Minyeong Choi).

Com todos os perrengues que uma intercambista pode passar, ela chega a KISS (colégio internacional da Coreia) e descobre que os romances são muito mais complicados do que imaginou: seu namorado engatou um relacionamento com a rica e popular Yuri (Gia Kim). Mesmo decepcionada, ela aceita o desafio de continuar o ano letivo longe de casa e sem falar coreano.

Kitty, Yuri e Dae em “Com Carinho, Kitty” (Foto: Divulgação/Netflix)

Bebendo na fonte dos K-dramas e pronta para conquistar a Gen-Z, “Com Carinho, Kitty” aposta nos clichês do coming-of-age ao longo de 10 episódios para mostrar a adolescente sonhadora com uma visão totalmente romantizada dos relacionamentos lutando pelo final feliz de seu primeiro amor. Apesar do roteiro conivente com as aventuras da irmã caçula da Lara Jean, a jornada de autoconhecimento da Kitty é uma jornada inesperada e contagiante.

Sem Dae em seus braços, a jovem fica determinada a conhecer mais da vida da mãe em Seoul, o que a leva para caminhos inesperados e cheios de reviravoltas. Dividindo o dormitório com Min Ho (Sang Heon Lee) e Q (Anthony Keyvan), melhores amigos do ex-namorado, ela passa por choques culturais, uma jornada de autoconhecimento e explora sua sexualidade.

Kitty e Dae em “Com Carinho, Kitty” (Foto: Divulgação/Netflix)

Todos os personagens ganham espaço de forma equilibrada para apresentarem seus conflitos e anseios. Já o roteiro dosa bem o romance, o humor e o drama enquanto passeia pelas amizades, intrigas, rivalidades e laços de afeto desses jovens impulsivos e inquietos com muita fluidez.

Embalada por um trilha sonora que transita de hits dos astros do k-pop como BLACKPINK, BTS e Stray Kids, e clássicos como “Everybody Wants to Rule the World”, de Tears for Fears, a trama ganha um ritmo irresistível a partir do quarto episódios e se torna viciante acompanhar os dilemas, romances, conflitos familiares e intrigas desse grupo de adolescentes.