Não gostei da adaptação de Vermelho, Branco e Sangue Azul.
Antes das críticas, é importante pontuar que a ideia de uma adaptação é justamente ser uma adaptação, uma frase que sempre digo é que adaptação não é cópia. Uma obra é diferente da outra a depender do formato em que está sendo distribuído. Meus incômodos não permeiam as diferenças e similaridades entre o livro e o filme, mas uma leitura (quase) independente da obra original.
Iniciando com os pontos positivos, pois eles existem:
O pré lançamento foi um evento, isso é inegável. As fotos, pôsteres promocionais e os perfis de Alex e Henry no instagram venderam muito bem, ouso dizer que são impecáveis. Mas o maior crédito ao sucesso do filme atribui-se à entrega de Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine em seus respectivos papéis como Alex e Henry. A química entre eles é real e, com certeza, o ponto mais alto do filme.
As cenas icônicas do livro foram reproduzidas perfeitamente e a direção de fotografia foi certeira nesse projeto. A utilização de tons quentes nos momentos de intensa paixão dos protagonistas e os frios durante as incertezas, ajudou o espectador a compartilhar desses sentimentos.
Outra boa saída foi a forma que ocorreram as trocas de mensagens e e-mails entre Alex e Henry (infelizmente só aconteceu nesse momento), tirou a frieza de uma projeção de telas.
Foram destacados tantos pontos positivos, porque você não gostou?
Minha primeira reação quando os créditos iniciaram foi: só isso? A sensação foi de que estava acontecendo muita coisa ao mesmo tempo que nada acontecia. A relação dos personagens foi desenvolvida de uma forma extremamente rápida, e só foi crível (volto a dizer) graças a atuação do Taylor e do Nicholas.
Concentrar personagens importantes do livro no jornalista Miguel Ramos (Juan Castano) foi interessante para o segmento da trama, porém a impressão que tive foi a de que, assim como os outros personagens secundários, foi desperdiçada. No fim das contas Miguel só vazou os e-mails porque levou um fora do Alex?
Por falar em desperdício de personagens secundários, cada um aparece duas ou três vezes. Pensando em um filme de pouco mais de duas horas, tudo bem, mas vou dar destaque para Bea (Ellie Bamber) e Nora (Rachel Hilson). As duas entraram como um bom suporte emocional aos protagonistas, mas poderiam ser utilizadas com uma frequência um pouco maior, caracterizando esse suporte. A ausência delas deu uma sensação de abandono,como se Alex e Henry não pudessem contar com ninguém no turbilhão de emoções que enfrentavam.
Outro ponto que me incomodou foi o Memorando do Texas, escrito por Alex para a campanha da mãe. Como esse documento chegou às mãos de Miguel deixou subentendido que Zahra o fez, um detalhe bobo, mas que pode comprometer o caráter da personagem.
Fui esperando tudo, entregou quase nada. Três estrelas.

