As Marvels | Uma ode aos bons tempos

Carol Danvers (Brie Larson) pode ter derrotado a Inteligência Suprema e recuperado sua liberdade nos acontecimentos de ‘Capitã Marvel‘ (2019). Mas, para alcançar tal feito, ela precisou ultrapassar certos obstáculos que voltarão a assombrá-la em ‘As Marvels‘, nova produção cinematográfica da Marvel Studios.

Quando as vias intergaláticas se desestabilizam e perigosas fendas começam a surgir, Carol sabe que é hora de se reencontrar com seu passado, desta vez, para lidar de uma vez por todas com as consequências acidentais de suas ações.

É assim que seus poderes acabam ligados aos de Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan (Iman Vellani), ambas também especialistas em manipular a luz, de alguma forma diferente.

‘As Marvels’ pode ser o primeiro filme da Marvel totalmente liderado por uma equipe feminina, mas, considerando o momento atual do estúdio, o filme também tem como propósito nos relembrar dos motivos pelos quais nos interessamos e nos apaixonamos pela Marvel Studios, em primeiro lugar.

Divulgação: Marvel Studios

‘As Marvels’ ou, no original, ‘The Marvels’ é um filme eletrizante!

Inevitavelmente tendo Carol Danvers como a protagonista “central”, considerando que o enredo é um encontro de acontecimentos de suas escolhas passadas, ‘As Marvels’ alcança o seu verdadeiro potencial quando as três protagonistas estão em cena. A dinâmica Danvers x Rambeau x Khan é divertida, interessante e o ponto mais forte do filme.

O filme dirigido por Nia Costa usa e abusa dos clichês de todo filme de super herói, nos relembrando dos pontos positivos e negativos da conhecida “Fórmula Marvel”. Mas, pelo menos, nessa produção a balança pesa mais para o lado positivo.

Por exemplo, eles provavelmente precisavam diminuir o poder da Carol de alguma forma para equipará-la a vilã e as suas novas parceiras. Então optaram pela troca de lugares, tornando as lutas mais difíceis, confusas e repletas de erros, reduzindo significantemente a potência de seu poder. Mas, o que seria apenas um “escape de roteiro” acaba criando alguns dos momentos mais interessantes do filme. As trocas acidentais são incrivelmente bem coreografadas, o movimento da câmera nos insere na batalha como parte dela, somado aos efeitos especiais belíssimos que tornam a ação do filme um deleite visual.

Ação que não pisa no freio em momento algum ao longo de sua uma hora e quarenta e cinco minutos de duração. Poderia, sim, pisar no freio para dar mais profundidade em determinados momentos onde a carga dramática era maior e pedia por mais tempo de tela? Sim, mas esse ponto acaba por não desmerecer o todo.

O que pode desmerecer o todo, mesmo que momentaneamente, é o fato do filme depender de inúmeros “recaps” ao longo da jornada, nos relembrando das desvantagens do Universo Cinematográfico da Marvel já somar mais de 30 produções e ‘As Marvels’ contar com acontecimentos extremamente necessários para que Monica Rambeau e Kamala Khan faça sentido mesmo para os que não assistiram as séries ‘Wandavision’ e ‘Ms. Marvel’ (mas, sério, vai assistir).

Com direito a várias referências, participações especiais, spoiler do que vem a seguir no universo Marvel e gritaria no fim da sessão, ‘As Marvels’ é um bom filme, que entrega o que promete e deixa um sorriso no rosto quando acaba. É também compreensível (contém ironia) do motivo por ter incomodado tanto algumas pessoas – em especial homens e intolerantes – uma vez que são três mulheres (uma delas negra e outra muçulmana) conduzindo completamente um filme da Marvel pela primeira vez.

A competição não é exatamente justa, mas ‘As Marvels’ facilmente assume o pódio do melhor filme da Marvel em 2023.

Obs: tem pós crédito DONS BONS.

O longa já está disponível nos cinemas de todo o país!