“A outra gartora negra” é um livro de supense escrito por Zakiya Dalila Harris e publicado em 2021, que ganhu uma adaptação pela Star+ em setembro de 2024. A adaptação também conta com um dedinho da autora na elaboração do roteiro, o que faz toda diferença no resultado final da trama. Mas, vamos ao objetivo: vale a pena ler e assistir a adaptação?
A respota (obviamente) é sim. E para te convencer, a propria descrição da autora: a obra é uma mistura de “Corra!” (2017) com “O diabo veste prada” (2006). Não esperem uma cópia, pois não é! É sempre válido reforçar que adaptação não é cópia, são produtos baseados em uma história e adaptados para o formato que propões.
Os dois produtos seguem por um caminho um pouco diferentes, entretanto são únicos em suas propostas. A premissa de ambos mantém a mesma ideia: Nella (Sinclair Daniel), é a única garota negra da Wagner Books, editora na qual ela trabalha há alguns anos. Mas a partir da chegada de uma outra garota negra, ela vê a possibilidade de não se sentir mais como “a única” e contar com uma aliada em processos editotorias e cultura de diversidade e inclusão na empresa. Pautas que sempre eram negligenciadas por falta de quórum.
A amizade de Nella e Hazel (Ashleigh Murray) era inevitável e parecia perfeita, até que a veterana começa receber recados misteriosos, recomendando que ela saísse da Wagner. A partir disso, acompanhamos Nella nessa jornada: seria ela em crise pelo excesso de trabalho e desvalorização na empresa; seria Hazel incitando sua demissão para ser promovida; ou ela realmente corria algum risco?
Nesse ponto as histórias se divergem: enquanto a série adota um tom de mistério mais sobrenatural, temos uma Nella mais cega e conformada com o que acontece ao seu redor, digamos. Uma persona que aceita com maior facilidade as investidas de Hazel e as problemáticas da Wagner Books. Temos também uma maior participação de personagens secundários, como Owen (Hunter Parrish) e Malaika (Brittany Adebumola), namorado e a melhor amiga de Nella respectivamente. No livro, nossa protagonista é mais resistente e decidida em todas as ações que a envolve.
Tanto o livro quanto a série tem partes que resgatam memórias do passado com outros personagens que moldam a situação do presente (com Nella e a Wagner). No livro, essas passagens são um pouco confusas, enquanto na série, graças aos recustos visuais (incluindo o figurino) auxiliam bastante para a identificação dessas mudanças.
No geral, ambas as produções são incríveis, podem ser consumidas separadamente e matém seus méritos indivíduais. Você, enquanto leitor ou espectador acaba com mais dúvidas do que respostas, e fica no ar uma abertura para continuação e uma segunda temporada. Espero muito que se concretizem, porque preciso de respostas e um desfecho.
The Feminist Patronum 