“De volta aos anos 90”, um clichê digno de sessão da tarde

“De volta aos anos 90”, livro escrito por Maurene Goo chegou ao Brasil pela editora Seguinte no final de 2023 e apesar de seguir um caminho diferento do que esperava foi uma leitura divertida.

A capa é o ponto alto, realmente me chamou atenção, pois belíssima, mas eu esperava uma mistura de “Uma sexta feira muito louca” (2003) com “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” (2022), entretanto recebi mais do mesmo: uma obra que já vimos 1000 outras vezes. Filmes, livros ou séries em que mães e filhas tem problemas de relação, mas magicamente a adolescente é enviada ao passado ou troca de lugar com a mãe e uma entende as dificuldades e aflições uma da outra e tudo fica bem no final.

Aqui, nossa protagonista Samantha tem dificuldades no entrosamento com sua mãe Priscila, o típico comportamento de uma adolescente de que “minha mãe não me entende”. E, após uma discussão intensa entre as duas, Sam é enviada para 1992 para concertar um evento particular que aconteceu naquele período e afetou toda a vida futura de Priscila, inclusive sua personalidade. Dentro desse dilema, Sam “aceita’ sua missão que pode ou não e o levá-la de volta para casa, em 2025.

O livro poderia ser menor? Absolutamente, mas apesar disso, não se intimide pelas 416 páginas, a leitura é muito fácil de ser feita, leve e gostosa. Perfeita para ser feita como fiz: durante um fim de semana chuvoso, sem absolutamente nada pra fazer. Pegar o livro despretensiosamente para passar o tempo e esquecer dos problemas, você nem vê o tempo passar. Os últimos 20/25% realmente foram legais, o plot do personagem secundário Jamie foi inesperado e interessante de acompanhar.

Acredito que a única coisa que difere essa leitura dos demais produtos com esse plot são as referências, todas as possíveis, de BTS a Obama, de “Meninas Malvadas” (2004) a “De volta para o futuro” (1985) e, claro o protagonismo amarelo. As discussões sobre imigração e racismo são sutis, mas trabalhadas de forma bem interessante. O par romantico também é uma pessoa racializada e esse protagonismo em todas suas nuances são bem interessantes.

O livro não é uma grande obra da literatura, mas é um livro gostosinho e divertido pra curtir sem nenhuma preocupação.

Compre aqui e ajude o The Feminist Patronum a continuar crescendo.