Confesso que fiquei curiosa pra ler depois que vi o video da @luaninhaestalouca no Tiktok, mas o livro ainda não tinha lançado no Brasil, chegou apenas em outubro de 2023, pela Paralela. De modo geral ele não tem absolutamente nada de inovador, mas, nesse momento, eu me encontro desidratada de tanto chorar.
Ele trata da história de Lauren, uma jovem de 26/27 anos que sofre com Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) – doença que conheci a partir desse livro. A gata é recém casada e descobre a doença pouco tempo depois do matrimônio, enquanto literalmente desfrutava do auge dessa fase. Ela é casada com Joshua: o marido perfeito, cara gato, inteligente, rico. Sabe o lance de que os opostos se atraem? Então, enquanto ela é extrovertida, cheia de amigos, querida por todos, saideira. Ele é o completo oposto, Josh está dentro do espectro autista e é um cara muito reservado. Porém um completa o outro, é o casal perfeito.
Lauren passou por uma experiência de luto aos 20 anos, quando seu pai-heroi faleceu. Com isso, desenvolveu o hábito de escrever cartas para ele, como forma de não se sentir sozinha e o “manter atualizado” do além (como eles mesmos dizem). Conhecendo o marido e sabendo que do pouco tempo de vida que lhe restava, ela deixou cartas com desafios mensais para que Jush não abandonasse a própria vida no primeiro ano de viuvez, uma forma de tentar guia-lo mesmo após sua morte.

A narrativa se passa no presente, com o ponto de vista do Josh. Ele enquanto viúvo tentando lidar com o luto e os desafios de seguir sua vida sem a amada. Também acompanhamos o passado a partir da narração de Lauren, divididas entre as cartas-desafio para o marido e as cartas para o pai. Com esses cruzamentos entendemos a rotina de Joshua, como eles casaram, quando ela sentiu os primeiros sintomas da doença, como receberam o diagnóstico, até a morte precoce de Lauren.
O livro é um clássico clichê romântico sobre a história da esposa morta (não por câncer, nesse caso), mas a forma com que ele foi construído é muito linda. O foco é o casal, mas também as relações ao redor deles, como amizade, paternidade, superação, enfrentamento dos próprios medos e como a morte/vida cruza cada pessoa, as marcas e ensinamentos que deixam. Além do mais, a autora, Kristan Higgins, discorre de modo muito respeitoso e informativo, principalmente sobre a FPI, o transtorno do Josh também, mas principalmente sobre a doença da Lauren. Houve toda uma pesquisa da parte da autora não só com médicos e estudos (como ela cita nos agradecimentos), também teve contato com pessoas dentro do espectro e com FPI. Ela se muniu da realidade para transferir para a ficção.
Ps. Ler a morte da Lauren foi uma das coisas mais tristes que eu já li.
Compre aqui e ajude o The Feminist Patronum a continuar crescendo.
⭐️⭐️⭐️⭐️

