“O coração de um tolo está sempre na ponta da língua.”
Fatma el-Sha’arawi é a pessoa responsável por impedir o último fim do mundo. Apesar de ser a mais jovem mulher a trabalhar para o “Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais”, quando um novo caso de relevância surge, ela é a escolhida para a tarefa.
É por isso que, quando membros da Sociedade secreta de Al-Jahiz são assassinados, ela (e sua nova, porém não desejada, parceira Hadia) é a escolhida para resolver o mistério e descobrir se o próprio Al-Jahiz está de volta após 40 anos de seu maior ato: abrir o véu que isolava o mundo mágico do mundo humano – trazendo os djinns, ou gênios, para Cairo.
‘Mestre dos Djinns’ é uma fantasia steampunk vencedora dos prêmios Nebula e Locus, escrita por P. Djèlí Clark e que discute temas como colonialismo, intolerância religosa e sexismo em um mundo árabe não colonizado e prosperando.
Eu simplesmente AMO livros com mitologia Árabe que acontecem em algum país árabe e são escritos por alguém que conhece bem a história árabe. Faz uma super diferença na construção do enredo!
Aliás, apesar dos termos “difíceis” é muito fácil e rápido embarcar nessa história considerando a forma como o primeiro capítulo termina e o segundo começa. A questão central do livro fica clara ali, e o restante você pode pegar conforme acontece.
Mas este pode não ser um livro para todos os leitores. Você precisa apreciar parágrafos e parágrafos de contexto histórico, disputas internacionais e paralelos entre a verdade e a “verdade” do livro. O autor aproveita o contexto em que o enredo acontece para debater com frequência a influência ocidental e europeia na simples existência dos países colonizados, o direito das mulheres dentro da cultura e o valor (positivo) da religião na vida de algumas pessoas.
Que jornada!
Ah, e caso você não saiba, ainda temos um casal sáfico à frente da história que é basicamente a cereja no topo do bolo.
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