O filme atualiza bem o personagem, porém se trata de uma obra sem coração.
Como manter um personagem relevante por mais de 40 anos? É uma tarefa difícil que exige boas estratégias. Várias empresas obtêm sucesso, mas nem todas conseguem respeitar seu personagem nesse processo. Este novo projeto de Garfield é um exemplo disso.
Com humor atual, que inclui piadas com aplicativo de entrega de comida, utilização de drones e vídeos fofos da internet, ele se conecta com a nova geração de crianças e consegue fazer os adultos se divertirem juntos. Essa modernização do humor consegue deixar o público bem interessado pelo que vem por aí (pena que essa empolgação dura muito pouco).
A animação também é um ponto positivo. É notório que não foi feito “de qualquer jeito” e, como estamos falando de gatos, é muito interessante ver a quantidade de detalhes e cuidados com o pêlo desses personagens
Porém, no quesito roteiro e mensagem a ser passada, o filme falta muito. Principalmente em qualidade e conectividade, se tornando um longa mediano e raso. Até mesmo os filmes que servem “só pra se divertir” tentam, ao mínimo, passar algum discurso para quem assiste. Aqui, por outro lado, temos a forçação de barra de um drama de pai e filho que se inicia de forma besta e finaliza de forma chata fazendo com que você pense “Ata, é só pra vender um bonequinho novo”
A grande maioria das pessoas podem gostar de “Garfield: Fora de casa” e as novas gerações podem se divertir. Contudo, fica aí a reflexão: qual seria o intuito real de uma obra dessa? Uma obra que não mexe, não move e não diz “nada”. Vale a pena mesmo consumir este tipo de conteúdo?
O filme já se encontra disponível nos cinemas

