Um dos novos lançamentos da Amazon Prime, ‘Hanna’ é uma adaptação do filme de mesmo nome, protagonizado por Saoirse Ronan em 2011. O projeto proporciona o encontro de Joel Kinnaman e Mireille Enos, que estiveram juntos no drama The Killing.

Os acontecimentos da série seguem uma linha de tempo que prende o expectador. A princípio, vemos a protagonista Hanna, interpretada por Esme Creed-Miles, em seu estado frágil, vivendo isolada da sociedade, treinando com Erik Keller, personagem de Joel. Porém, não se tem muitas informações, sobre quem são, qual seu propósito, se as intenções são boas ou ruins; tudo o que se sabe é o que foi mostrado nas primeiras cenas, deixando aquela ponta de curiosidade em quem está assistindo.
Conforme a trama em torno do futuro da personagem principal começa a se desenrolar, a história sobre o passado da mesma também vem sendo apresentada. Ao mesmo tempo que Hanna se demonstra uma jovem forte, com habilidades de luta e até mesmo habilidades anormais para qualquer ser humano, a garota também se mostra inocente, com pouco conhecimento do mundo e de sua própria vida, o que dá a sensação de que você está descobrindo tudo o que aconteceu juntamente a ela.
Com isso, novos personagens entram em cena, novas histórias são apresentadas. Hanna se mantém o foco, mas surge a curiosidade e questionamentos sobre outros focos dentro da trama. De um lado você tem Erik e seus ex-colegas do exército lutando contra Marissa Wiegler e a CIA, em um conflito onde não se sabe quem é o bom moço da história, o que é, ou foi, o projeto ULTRAX. Já do outro lado, você tem Hanna, conhecendo uma família normal e tendo, pela primeira vez, um contato com o que é ser uma adolescente. Em determinados momentos você até esquece que a série envolve assassinatos e muito drama, e só quer saber o que vai acontecer com Hanna no futuro, com relação a sua amizade com Sophie, relacionamentos amorosos… coisas de adolescente. Mas, você também precisa saber o passado e Marissa e Erik, que é o principal aspecto que une todas essas histórias.

O desenvolvimento dos personagens é algo muito bem trabalhado em todos os personagens dentro do desenrolar da história, principalmente com relação a Hanna. Como comentei acima, a personagem passa por várias fases; tem sua ingenuidade de conhecer o mundo, mas, ao mesmo tempo, se apresenta como uma pessoa bastante forte. E no meio dessa pequena confusão, –que talvez seja uma reflexão do que ela está passando internamente– começamos a entender a personagem, seus pensamentos e seus sentimentos. Hanna vai se descobrindo e nós vamos a descobrindo junto.
Dito isso, outro ponto positivo é o ritmo e clima da série. Tudo acontece de acordo com o que a jovem está passando no momento. No começo, quando a ingenuidade e confusão de Hanna estão em questão, vemos uma série mais fria, com o andar mais lento. Conforme a protagonista vai se descobrindo e ganhando confiança sobre quem é, o que quer, o ritmo da série se torna outro, uma vibe totalmente diferente e mais pra cima. Esses aspectos são facilmente notados através da trilha sonora, da paleta de cores e afins. Conforme Hanna evolui, o clima da série evolui junto, e isso proporciona uma sensação boa para quem está assistindo.

Em minha opinião, é uma série que vale a pena dar uma chance. Os personagens são intrigantes e interessantes, possui uma protagonista forte e marcante, e todos são apresentados de uma forma excelente que te prende mesmo sem ter muita informação sobre. O mesmo vale para a história, que apesar de ter uma pequena quantidade de episódios, não deixa nada a desejar. A série não corre com os acontecimentos, deixa os pontos e questionamentos esclarecidos e com uma sensação de ponto final.
Apesar disso, ao mesmo tempo vemos novos caminhos se abrindo para uma nova trama. Contando com isso, a série já está renovada para sua segunda temporada, ainda sem previsão de estreia.
Você pode assistir todos os 8 episódios no serviço de stream Amazon Prime.
Texto por Carolina Oliva
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