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Quem é Nancy Wake?

Nancy Wake foi uma heroína da Segunda Guerra Mundial que participou na Resistência francesa. Ficou conhecida pelos alemães como “The White Mouse” (O Rato Branco) pela facilidade de fuga e por ser indetectável. Por volta de 1943, era a pessoa mais procurada pela Gestapo (acrônimo em alemão de Geheime Staatspolizei, “polícia secreta do Estado”), sua cabeça valia 5 milhões de francos. Ela morreu em 2011, poucos dias antes de completar 99 anos.

Ela fugiu de casa com 16 anos e trabalhou como enfermeira durante um breve período de tempo. Em Londres, ela entrou no jornalismo blefando com um executivo do jornal Hearst, dizendo que era fluente em egípcio – o Egito era um dos assuntos favoritos dele. Escreveu rabiscos sem sentido que se assemelhavam a hieróglifos e os traduzia como se fosse a língua. O executivo de notícias a enviou para Paris como uma correspondente europeia itinerante, onde ela disse que foi despertada para as crescentes atrocidades de Adolf Hitler.

A resistência de Wake começou em 1933. Enquanto trabalhava como freelancer para um jornal parisiense, foi convidada a viajar para Viena para entrevistar o novo chanceler alemão – um homem chamado Adolf Hitler. Em Viena, Wake testemunhou em primeira mão o tratamento horrível de homens e mulheres judeus nas mãos de devotos seguidores de Hitler.

Em 1939, casou com um empresário francês, Henri Fiocca. Quando os nazistas invadiram a França, em 1940, Wake ficou encurralada no país e se juntou à resistência francesa junto com o marido, como mensageira. O seu trabalho consistia em organizar redes de fuga e danificar as instalações alemãs. Depois, ela se tornou uma motorista de ambulância e gradualmente aprofundou seu envolvimento na linha de fuga de sua casa em Marselha. Ela escondeu as pessoas em fuga, pagou propinas exorbitantes aos guardas da prisão para libertar os capturados pelas autoridades locais e tornou-se uma mensageira confiável para a resistência

Mais tarde, ela comentou sobre suas táticas, que geralmente consistiam em flertar para sair de situações precárias. “Um pouco de pó e um pouco de bebida e eu passava seus postos (alemães) e piscava e dizia: ‘Você quer me revistar?’”, disse ela. “Deus, que pequena bastarda flertadora eu era.”

Wake se tornou uma ameaça, e foi obrigada a fugir para Londres. O marido foi torturado e assassinado pelas forças alemãs por não contar à Gestapo onde estava Wake, que só veio a saber da morte de Fiocca depois da libertação da França.

Com a rota de fuga em perigo constante e os alemães patrulhando os trens, foram necessárias várias tentativas antes que Wake conseguisse chegar à Espanha nas traseiras de um caminhão de carvão. Ela já havia sido forçada a pular de um trem em movimento, atraindo soldados alemães. Chegou à Inglaterra em junho de 1943 e passou por oito meses de treinamento no Special Operations Executive. Posteriormente, ela foi de paraquedas na região de Auvergne, no centro da França, como ligação entre Londres e o Maquis.

Nancy virou a líder de mais de 7 mil soldados franceses. O único contato que tinham com os aliados na Inglaterra era por rádio e códigos mas depois de serem atacados por soldados alemãs eles foram perdidos. Em 72 horas ela pedalou mais de 300Km em território inimigo sem armas ou proteção. Ela conseguiu os códigos que precisava e conseguiu voltar ao acampamento em segurança, salvando a vida de seus soldados.

Seu segundo marido morreu em 1997. Mais tarde, ela voltou a morar na Grã-Bretanha.

Após a guerra, Wake recebeu honras dos governos da França, Grã-Bretanha e Austrália por seu trabalho. Ela também foi tema de duas biografias e de uma minissérie da TV dos anos 1980, embora estivesse menos do que satisfeita com a representação da minissérie.

“Pelo amor de Deus, os aliados me colocaram de paraquedas na França para fritar ovos e bacon para os homens?”, perguntou ela, “Não havia um ovo para se ter nem por amor nem por dinheiro, e mesmo se tivesse havido, por que eu estaria fritando quando tinha homens para fazer esse tipo de coisa?”.

Com mais de 90 anos, em seu banco de bar especialmente reservado no hotel Stafford em Londres, com gim tônica na mão, ela permaneceu resoluta e franca como sempre. Havia pouco que ela gostava mais do que “uma boa bebida”, e para financiar seu estilo de vida, ela havia vendido suas medalhas de guerra. “Não havia sentido em mantê-las”, explicou, “provavelmente irei para o inferno e elas derreteriam mesmo assim”.

Por trás do verniz de brincadeira, estava uma mulher de considerável habilidade e sinceridade.

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