Essa cena de “The Boys” nos apresenta Starlight, uma super-heroína que foi obrigada a mudar o seu uniforme para algo que aumentaria o alcance e as vendas. O problema é que as suas novas roupas são demasiado reveladoras, e ela acredita que não exprimem a sua essência – então, é chantageada pela sua “produtora”: ou aceita a proposta ou usará o seu uniforme noutro lugar, porque não trabalhará com eles.
Hoje no TFP vamos falar sobre um assunto que, infelizmente, existe e está muito presente em quadrinhos, séries e filmes de super heroínas: a sexualização delas.
Vemos heróis como o Homem de Ferro, o Batman e até o Homem Aranha usarem fatos que tapam todo o seu corpo. Eles travam guerras e são vistos como personagens principais, não como sex symbols como a Viúva Negra e a Canário Negro.
E a sexualização de heroínas não é algo que afeta apenas a saúde mental de uma mulher, que passa a ser vista como um objeto, cuja única importância é o seu corpo chamativo. E as exigências colocadas pelos escritores, que dizem que uma heroína tem, por exemplo, de ter o peito grande ou o cabelo comprido, causam muitas vezes tendências depressivas em algumas das mulheres no público. Além disto, afeta também a trama da história:
Por exemplo, Harley Quinn e Lois Lane raramente são tratadas como donas das suas próprias histórias: perdem a sua independência, talvez a sua humanidade, ao serem usadas como meios para quaisquer fins por Joker e pelo Super Homem. Perdemos a Viúva Negra em Vingadores: Ultimato no que, segundo os produtores do filme, foi uma forma de redenção: mas ela não se tinha já redimido dos seus pecados ao juntar-se ao grupo de heróis para ajudar a salvar o mundo?
Logo, histórias que podiam ter mais desenvolvimento e personagens que poderiam ter dinamismos interessantes que afetariam enredos acabam por morrer na praia. Isto também reforça o estereótipo de que a mulher tem de ser salva pelo homem grande e forte, deixando a heroína na sombra dele.
Com isto, perguntamos: e o que podemos fazer para mudar esta tendência?
Como alguém disse um dia, “para mudar o mundo é preciso começar por baixo”. Não vale de nada militar e, no fim, fazer o mesmo. Devemos dar o exemplo, deixar de comprar livros ou ver filmes que usem a mulher desta forma e, além disso, expor o nosso ponto de vista para que outras pessoas se unam à causa. É pelo individual que se começa, logo, cada um de nós tem de fazer a sua parte.
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