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Resenha | Sol da meia-noite

Antes de começar a falar sobre Sol da meia-noite, preciso deixar claro que sim, eu sou fã de Crepúsculo. E por que isso é importante? Bom, porque o que hoje é o novo livro de Stephenie Meyer ficou guardado por 12 anos no imaginário do fandom. Em meados de 2009, o vazamento do rascunho foi um choque para a autora, que decidiu segurar o lançamento… Até agora. Então essa foi mais que uma simples leitura, já que saber que a obra seria enfim publicada me fez resgatar a crepusculete – que nunca deixou de existir – dentro de mim.

Dessa vez narrada pelo vampiro Edward Cullen, a história inicia e termina nos mesmos cenários do primeiro livro da saga. Mas, acredite, o novo ponto de vista muda completamente a percepção do leitor sobre o desenrolar do relacionamento do protagonista com a humana Bella Swan.

A garota recém-chegada à cidadezinha de Forks, Washington, desperta em Edward um desejo intenso por sangue. Porém, o fascínio recíproco o faz acreditar em algo que achava ter perdido há muito tempo: a possibilidade de um amor. O fato que uma humana pode mudar completamente a existência até então tediosa de um ser sobrenatural, o faz questionar seu passado e presente, e o coloca em disputa interna sobre certo e errado, céu e inferno.

Durante a leitura, é possível ir quebrando aos poucos a visão que construímos a partir das descrições idealizadas de Bella e desvendar camadas de um personagem complexo. Edward tem uma visão muito mais sombria sobre o que ele é e a intensidade do primeiro amor afloram sentimentos humanos antes desconhecidos pelo coração congelado do vampiro, ganhando novas perspectivas.

É importante mencionar aqui que ele é um vampiro centenário que tem o único objetivo de proteger a garota que ele ama no topo de suas prioridades. Sim, ele quebra muitas regras humanas, tem atitudes questionáveis e, inclusive, reconhece em alguns momentos que poderia ter agido de maneira diferente. Mesmo assim, é preciso lembrar que essa é, no fim das contas, a narrativa de um ser místico que pensa e age como tal.

E da mesma forma que foi fácil cair de amores por ele no primeiro livro, se apaixonar por Isabella Swan é ainda mais simples. Edward faz questão de contar cada detalhe sobre ela. Todos os traços de personalidade, destacando sempre seu altruísmo e coragem, até os olhares e expressões faciais características, como ela franzir a testa sempre que está preocupada ou pensativa. Se Bella não se enxergava com clareza e não se achava importante o suficiente para expor seus gostos ao leitor, em Sol da meia-noite a vemos como água cristalina.

O livro também consegue responder questões que foram abertas em Crepúsculo de maneira mais completa, já que Edward, além de tudo, possui o dom de ler mentes. A dinâmica dos Cullen é outro aspecto interessante, Meyer usa flashbacks em meio à narrativa para detalhar o passado da família e também menciona detalhes sutis durante a história que nos deixa ainda mais apegados (ou não) aos personagens secundários.

Falando como alguém que estava esperando por esta leitura há mais de uma década, não penso que tinha como ser melhor. Foi uma experiência imersiva, na qual me permiti sentir as mais diversas emoções com o narrador, em especial, a nostalgia de reviver uma das minhas histórias preferidas.

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