Crítica | Julie and the Phantoms

Atenção! Para sua segurança, não coma cachorro-quente que são comercializados dentro de um carro de origem desconhecida.

A geração que cresceu assistindo os filmes e séries teens da Disney como High School Musical, Camp Rock e Hannah Montana, ou até mesmo as famosas Rebelde, Floribella e Isa TKM foi praticamente presenteada com o reboot norte-americano da série brasileira Julie e os Fantasmas.

A mais nova aposta da Netflix, Julie and the Phantoms, é baseada na produção exibida pela Band após a emissora firmar uma parceria com Nickelodeon em 2011. A história, que teve apenas duas temporadas, foi estrelada por Mariana Lessa, que tinha três amigos de outro mundo, os fantasmas interpretados por Bruno Sigrist, Marcelo Ferrari e Fábio Rabello.

Quase uma década depois e agora sob o comando de Kenny Ortega, a trama não se prendeu a original. Depois de perder a mãe, Julie (Madison Reyes) encontra um CD antigo e decidi ouvir as músicas da banda desconhecida, Sunset Curve, mas acaba sendo surpreendida pela aparição repentina de três fantasmas em sua garagem. Luke (Charlie Gillispie), Alex (Owen Patrick) e Reggie (Jeremy Shada) morreram há 25 anos por envenenamento, poucas horas antes de fazerem sua grande estreia nos palcos e viverem uma carreira de sucesso.

A princípio apavorada com a ideia de enxergar pessoas que já morreram, Julie encontra na banda uma conexão forte o suficiente para se reaproximar da música e fazê-los se tornarem visíveis e audíveis enquanto se apresentam juntos. Ganhando uma nova chance de fazer sucesso, eles criam uma nova banda e usam como justificativa o surgimento e o desaparecimento do trio no palco o uso projetores de hologramas e conseguem convencer os alunos e a internet.

É importante lembrar que a série, assim como a original, é voltada para o público infanto juvenil, então é compreensível que a trama não se aprofunde e explore as camadas de cada personagem. Com a justificativa de que a primeira temporada apenas apresenta a história central, o roteiro ainda deixa muito a desejar. A narrativa se limita a dizer que os fantasmas não tinham uma vida confortável no passado e por isso não exploram suas origens. Dos três, somente Luke recebe um destaque maior, mostrando os conflitos com os pais antes de morrer.

Um dos nomes mais famosos do elenco e que repete sua parceria com Ortega após o fim da trilogia Descendentes é BooBoo Stewart, que interpreta o skatista Willie. Ele é o responsável por apresentar a mitologia da trama enquanto é apresentado como interesse amoroso de Alex, único personagem abertamente gay da série. Já Reggie que acaba tendo seu papel sendo resumido ao “conquistador”, é o alívio cômico junto com a melhor amiga da protagonista, Flynn (Jadah Marie), a fiel escudeira que sabe a verdadeira história por trás dos hologramas e ajuda a manter toda a farsa.

Embora a falta de camadas prejudique a trama superficial, a história não deixa de divertir. As cenas musicais são o ponto alto da série, a atriz Madison Reyes, que tem apenas 16 anos de idade, tem uma voz encantadora, uma forte presença de palco e cria apresentações únicas e emocionantes. Assim como o vilão da trama interpretado por Cheyenne Jackson, que apresenta números que poderiam ter sido retirados da Broadway, beira ao caricato e parece ter sido retirado direto dos contos de fadas. Ainda assim, depois de algumas performances, a composição das cenas ficam um pouco repetitiva.

Para a decepção dos fãs, Julie and the Phantoms não aprofunda nenhum dos romances apresentados. Alex e Willie se resumem a palavras não ditas e abraços, enquanto os protagonistas Julie e Luke escondem os próprios sentimentos para evitar o sofrimento de um relacionamento fadado ao fracasso. A primeira temporada encerra sem muita “ousadia”, mas desperta interesse o suficiente para campanhas pedindo a renovação da série tome conta do Twitter.

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