Você já assistiu um filme que no final tudo que conseguia fazer era pensar “UAU! O que eu acabei de ver?”? Bom, ‘Judas e o Messias Negro‘ é exatamente assim.
William O’Neal (Lakeith Stanfield) é um pequeno criminoso persuadido pelo FBI ao se infiltras ao Partido Panteras Negras e derrubar o vice-presidente Fred Hampton (Daniel Kaluuya), com a intenção de acabar com a disseminação de ideias que minorias merecem direitos básicos.
Escrito e dirigido por Shaka King o filme é realmente impecável. Desde os mínimos detalhes, até a movimentação da câmera e posicionamento das luzes.
O filme consegue muito bem apresentar uma narrativa tensa e emocionante do início ao fim, tudo graças aos talentosos atores em tela e a magnifica trilha sonora. King foi capaz de dinamizar tão bem o cenário de luta diária dos Panteras, apresentando as pessoas por trás dos uniformes e como elas também são vulneráveis.

Deborah Johnson (Dominique Fishback) é a namorada de Fred Hampton e se mostra muito mais do que uma mera coadjuvante. Algo muito sensível e atual que é apresentado durante o filme é “você teria coragem de trazer uma criança para um mundo tão racista que vivemos?”. As crianças negras (pretas e pardas) são maioria entre as desaparecidas: só no estado do Rio de Janeiro, representam 73,18% do total segundo dados da Fundação para a Infância e Adolescência. Outro estudo demonstrou que, nas 17 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, 86% das crianças em situação de rua são negras.
Assim como para Martin Luther King, Fred Hampton e Malcom X, discursar para o povo faz parte da sua alma. O diretor foi capaz de nos apresentar esses discursos importantes e inspiradores no longa, o que com certeza deixou todos do cinema arrepiados.
Você pode matar o revolucionário, mas você nunca pode matar a revolução. – Fred Hampton
Como já disse, o filme tem um produção incrível, e não ficaria surpresa se ganhasse inúmeros prêmios. É absolutamente um “must watch”.
“Judas e o Messias Negro” chega nos cinemas brasileiros dia 25 de fevereiro.
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