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Crítica | Os Sete de Chicago

Em 1968, Chicago foi o local aonde ocorreu a Convenção Nacional Democrata (a qual o objetivo era selecionar um novo candidato á presidência pelo partido Democrata) e essa foi palco de um grande tumulto envolvendo ativistas e policiais. O filme se passa no julgamento após a prisão de Tom Hayden, Rennie Davis, Abbie Hoffman, Jerry Rubin, David Dellinger, Bobby Seale, Lee Weiner e Jonh Foines, que foram acusados de iniciar tal tumulto. Apesar dessa sinopse não muito atrativa (Afinal, filme de tribunal? Sério? Como isso pode ser interessante?) o filme consegue surpreender quem assiste.

A começar pelo fato de que, nos primeiros minutos, ele te entrega uma montagem dinâmica e rápida onde nós podemos acompanhar a apresentação de cada um dos “personagens” enquanto também assistimos a preparação destes para a ida a convenção, isso, junto de uma música “bem pra cima” e diálogos que se completam, empolga quem assiste e já o mantem por mais tempo no filme (eu amo essa manipulação de sentimentos descarada que é o cinema). Mas, mesmo com esse começo, o filme ainda se passa 90% em um tribunal, que, diferente de alguns momentos de flashback (falarei sobre um pouco mais a frente), possui aspectos técnicos bem… confortáveis, nós não vemos enquadramentos emblemáticos, montagem rápida ou uma fotografia de tirar lagrimas dos olhos, porém, isso não impede a trama de ser excelente, na verdade, ela cresce muito nesses momentos, pois há espaço para que o roteiro se destaque (que aliás, foi escrito pelo oscarizado Aaron Sorkin, também conhecido pelo longa ‘A Rede Social’).

Os diálogos presentes ali contem mais do que apenas o desenvolvimento de personagens e movimentação da trama, muitos passam uma mensagem (algo obvio tendo em vista que um filme tão político não teria como única funcionalidade o entretenimento), essa se junta com o carisma de atores como Sasha Baron Cohen, se potencializa e marca o telespectador. Pensando que, roteiro não se limita apenas a diálogos, mas sim, a toda a história (e detalhes técnicos, mas isso não será abordado aqui) é possível dizer que o longa possui um ritmo bom, ele te mantem preso a base de uma dúvida sobre os policiais terem ou não começado todo aquele furdunço e te entrega respostas de maneira chocante e impactante.

Precisamos falam sobre os flashback do filme e em como eles são ao mesmo tempo a parte mais confusa e mais elétrica do filme. Confusa pois, ela mistura passado pré-convenção, passado pré-tumulto no parque, passado pós tumulto no parque é… bem difícil de acompanhar, principalmente se a pessoa que estiver assistindo for aquela pessoa que não devota muita de sua atenção para o que está ocorrendo na tela, já a parte elétrica se dá novamente pela montagem que, junto de uma trilha sonora certeira eleva a ansiedade ao máximo, entrega a melhor cena do filme.

As atuações são muito boas, em especial a de Sasha Baron Cohen (Indicado a “Melhor Ator Coadjuvante” no Globo de Ouro deste ano) Yahya Abdul Matten II e Mark Rylance, porque estes transbordam carisma, raiva e indignação sem cair no esquecimento. Por retratar um fato real a caracterização de personagens é muito importante, e aqui, ela está excelente, os atores estão muito parecidos com a personalidade real que cada um representa.

Os 7 de Chicago’ (‘The Trial of The Chicago 7’) marca durante um tempo quem assiste, possui ótimo roteiro, ótimas atuações, irá fazer presença nas premiações com toda certa, merece a sua atenção, e, o melhor de tudo, esta disponível na Netflix.

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