Purge the Poison

Nossa queridinha Marina Diamandis lançou Purge the Poison, segundo single de seu próximo álbum. Hoje, no dia internacional da Terra, iremos analisar a música nova e sua mensagem quanto à natureza!

No dia 14 de abril, Marina (que agora não tem Diamantes no seu nome artístico) lançou a música chamada Purge the Poison, seguindo o tema de seu último lançamento, Man’s World, a cantora fala sobre a natureza como nossa mãe, nosso lugar como humanos que destroem o próprio lar e críticas escancaradas ao capitalismo e o sistema patriarcal.

Criando assim, um álbum “sociopolítico”, como Marina mesmo o descreveu. A tracklist foi divulgada pelo seu Instagram, mostrando que teremos mais e mais músicas com cunho político.

“Eu sinto que não pode não ser um álbum (sociopolítico) agora.” Marina diz em uma entrevista para Paper Magazine, continuando a falar que o álbum não é necessariamente sobre a pandemia pois algumas músicas foram escritas até antes de tudo acontecer, mas que o vírus fez simplesmente as letras se tornarem mais fortes e brutalmente verdadeiras.

“É como um banner de tudo o que está acontecendo, porque estamos em um tempo onde há tanta ansiedade por conta do quanto o planeta está sofrendo. Então isso não é (explorado) de uma maneira “florida” como nos álbuns anteriores.” Ela disse para uma entrevista no YouTube.

Como hoje, dia 22 de abril, celebramos o dia do nosso planeta Terra, venho analisar junto com vocês a letra e clipe de Purge the Poison!

Os primeiros elementos visuais do clipe são a água, elemento atrelado à purificação e limpeza, e os sapatos vermelhos com glitter que lembram demais os saltos que Dorothy usava para andar protegida por toda a estrada de tijolos amarelos de O Mágico de Oz.

O clássico de 1939 com Judy Garland é inesquecível, sendo o primeiro filme com cor na história do cinema. Quando o filme está colorido é porque estamos com Dorothy no mágico mundo de Oz. Apesar de ser um lugar cheio de cor, vida e felicidade, a personagem principal já chega acidentalmente matando a famosa Bruxa Má do Leste e conseguindo seus sapatos graças a uma magia da Bruxa do Norte, Glinda. Ao final do filme, quando tem o poder de realizar seu desejo, tudo o que a garota tem de fazer é bater com seus sapatinhos 3 vezes e estaria magicamente de volta em casa. Durante todo o clipe, o sapato anda nos nossos pés pela água a fim de chegar a um lugar mais limpo, menos corrupto.

Logo após Marina aparecer, vemos o globo do mundo inteiro se esquentando até soar, representando o aquecimento global. A letra começa com referências à música anterior, Man’s World, usando termos normalmente pejorativos contra mulheres como forma de protesto e reinvenção das palavras.

“Whilst society is falling, we are quietly reforming”. Enquanto a sociedade entra em recaída, nossa geração está se reformando de suas ideias e conceitos. (Essa evolução geracional é apontada na Era de Aquário, para quem gosta de astrologia, a Era também traz assuntos como transformações digitais).

“Quarantined all alone, Mother Nature’s on the phone “What have you been doing? Don’t forget, I am your home, virus come, fires burn until human beings learn from every disaster, you are not my master”

Nessa parte da letra, Marina aponta não só os acontecimentos mais chocantes dos últimos tempos que pararam o mundo, mas também usa a voz da Mãe Natureza como se ela estivesse falando com nós, por nossos telefones ao ler notícias, questionando o que estamos fazendo com ela e por que estamos a estragando. Ela tenta nos avisar que não controlamos a natureza, mas somos controlados por ela.

O pré-refrão menciona o título da música, que literalmente significa que precisamos vomitar todo o veneno do mundo, para mostrarmos humanidade. Anos atrás, Marina escrevia muito sobre transtornos alimentares, então aqui temos um paralelo a antigas músicas que falavam sobre vomitar sangue, entranhas. Com as notícias sendo globalizadas num acesso instantâneo à população nada pode mais ser escondido, lemos toda hora sobre os impactos do capitalismo deixando a classe trabalhadora pobre enquanto o topo da pirâmide social só se alimenta de riqueza dia após dia. A compositora também aponta os terrorismos feitos pelos Estados Unidos ao criar guerras em outros países.

Alguns dias atrás pelo Instagram, Marina revelou que o refrão é cantado na perspectiva da Mãe Natureza, grande protagonista desse álbum. Ela vomita e vomita o veneno que foi instalado nela até que os seres humanos aprendam, lembrando-nos que agora estamos literalmente aprisionados em nossas casas por tais crueldades e que sem a Terra, não vivemos. Quem a gente acha que é sem a Natureza? Quem os ricos acham que são sem mais Terra para explorar?

É no refrão também que começamos a ver uma boca com batom vermelho cantando ao flutuar sobre a tela preta, fazendo clara referência a Rocky Horror Picture Show. O filme LGBTQ+ dos anos 70 fala sobre alienígenas se deixando levar pelos prazeres da carne, até que se viram tão corruptos e nojentos uns com os outros. Há muito a ser analisado sobre esse filme riquíssimo em conteúdo.

A partir da segunda parte da música, começamos a fazer uma pequena retrospectiva de momentos que marcaram o pop, como a Britney Spears no seu famigerado ano de 2007, é apontado como a mídia foi horrenda com ela e também com tantas garotas que sofreram pela pressão estética imposta em nós. Continuando em Hollywood, ela também relembra Harvey Weinstein sendo preso após ser culpado por abuso sexual e o movimento #MeToo, que ajudou isso a acontecer e a trazer mais casos a tona.

‘It’s a new world order⁣, everything just falls away⁣. Our life as we knew it now belongs to yesterday. Inside all the love and hate, we can now regenerate, stop how we’ve been living every single day”

A tal de Nova Ordem Mundial (new world order) citada acima é a teoria de que há um grupo chamado Illuminati, com pessoas de extrema influência no mundo, principalmente financeira, que estaria estudando e controlando cada passo da humanidade, para que possamos ser controlados por esses bilionários. Talvez criando um paralelo entre essa ameaça do grupo e a real identidade do tal Mágico de Oz, que é uma farsa. Marina propõe que nós reformamos internamente para evoluirmos e quebrarmos essa rotina criada pelo capitalismo.

Durante a ponte da música, Marina diz que quer um mundo onde vemos e valorizamos o feminino. Ao invés de escrever somente sobre dados Estadunidenses e Britânicos, a informação de que as mulheres só somam um quarto do governo é sobre o mundo todo. Relembrando, somente UM QUARTO do governo no mundo todo é formado por mulheres.

Antes de terminar a música cantando seu último refrão, Marina nos lembra que o mundo, apesar dos pesares humanos, é um lugar lindo como pétalas brancas que formam nuvens no céu e divino, que foi interceptado ao virar um planeta onde agrega pessoas que até vendem umas às outras por dinheiro, que nem é “real”.

Com uma letra inovadora considerando sua carreira, Marina nos deixa com um gostinho de quero mais, animando seus fãs a ouvirem seu próximo álbum, Ancient Dreams in A Modern Land.

E aí, a música merece entrar na sua playlist ou no seu repeat? Conta pra gente o que achou!

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