Babenco – Alguém Precisa Ouvir o Coração e Dizer: Parou, é uma carta de amor ao cinema

Babenco – Alguém Precisa Ouvir o Coração e Dizer: Parou é um documentário autobiográfico que retrata a história de Hector Babenco, diretor e roteirista argentino, nacionalizado no Brasil, que foi diagnosticado com seu primeiro câncer aos 38 anos e segundo os médicos, tinha poucos meses de vida, mas conviveu com o espectro da doença por mais três décadas.

Filmado em preto e branco, a produção dirigida por Bárbara Paz venceu o prêmio no Venice Classic, evento paralelo ao famoso Festival de Veneza. Após a morte do diretor em julho de 2016, a esposa transformou a história de Babenco e sua paixão por cinema em uma obra de 115 minutos.

Enquanto Héctor dá uma aula de audiovisual para a atriz e a ensina a capturar as melhores cenas, explorar as funções técnicas das câmeras para conseguir os melhores enquadramentos e focos, ela registra seus últimos momentos de vida e a luta contra a doença como somente ele conseguiria filmar.

A montagem da produção autobiográfica é intercalada com lembranças dos principais trabalhos do diretor e como ele colocava todo seu coração em seus projetos e se dedicava para conseguir os melhores resultados possíveis. Na seleção de cenas, não pode ficar de fora alguns dos longas mais emocionantes de Babenco, como o Beijo da Mulher-Aranha (1985) com Sônia Braga, que rendeu sua indicação ao Oscar pelo longa, Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), e os bastidores das gravações de Carandiru (2003), baseado no livro de Drauzio Varella.

De forma sensível e comovente, a produção navega pelas dificuldades que o cineasta encontrou nas últimas décadas para continuar trabalhando e nem mesmo uma cirurgia pode impedi-lo de voltar ao set de filmagens, por exemplo. No entanto, sua grande despedida da sétima arte só aconteceu anos depois com Meu Amigo Hindu (2015), estrelado por Willem Dafoe, que interpreta Diego e sofre de um câncer terminal, inspirado na própria história do diretor.

Na trama, o protagonista divide o quarto com um menino hindu, com quem faz amizade, mas passa seu tempo conversando com a morte (Selton Mello) e divaga sobre seu pouco tempo que lhe resta na Terra. Mas é com a cena de Paz dançando nua na chuva como Gene Kelly em Cantando na Chuva (1942), que foi a última a ser filmada do longa, que ele encerra sua carreira e mantém – de forma poética – uma reflexão sobre a imagem do corpo despido.

Em Babenco – Alguém Precisa Ouvir o Coração e Dizer: Parou, Bárbara Paz transforma o desejo do marido em deixar sua marca na história de forma honrosa, com delicadeza e apaixonante. Desta vez por trás das câmeras, ela transforma a vida do cineasta em um roteiro emocionante para celebrar sua jornada grandiosa e estabelece como terceiro ato da vida um legado que vencerá a morte.

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