‘Um Lugar Silencioso- Parte II’: Um filme que irá te fazer ficar na ponta da cadeira.

Após um ano sem cinema, medidas desesperadas tiveram de ser tomadas e todos nosso estilo de vida teve de ser adaptado. O mesmo aconteceu na indústria cinematografia que sofreu muitos adiamentos e a criação de coisas como o “Premier Acess”, da Disney, tudo isso enfraqueceu muito o “hype” dos filmes e/ou fez com que nos dessem uma sensação de velhice ou que esses estavam ultrapassados (vide o longa solo da Viúva Negra); sem contar, que o público também ficou mais seletivo com o que ele gastara o dinheiro, tempo e a saúde dele.

Bom, tendo todo esse breve contexto, podemos dizer que ‘’Um lugar Silencioso-Part II’ sofreu diretamente com isso — só quem queria ver exclusivamente no cinema, sabe “o parto” que foi conseguir um ingresso, já que a todo momento havia um adiamento novo — e o que fica são apenas as dúvidas de que se este supera seu antecessor introdutório, se vale a pena vê-lo no cinema e, para algumas pessoas, o medo de que ele “parou de ser silencioso”.

Ok, vamos com calma, vamos por partes…para quem não sabe, em 2018, chegou aos cinemas um filme intitulado como “Um lugar Silencioso”, sua premissa era bem simples: um mundo pós-apocalíptico onde não se pode fazer barulho, senão, você é morto por monstros; este longa teve direção assinada por John Krasinski (muito conhecido pelo seu papel como Jim, na sitcom americana, ‘The Office’) que surpreendeu positivamente com sua inventividade ao trabalhar o som do filme deixando todos os espectadores imersos naquele mundo de tensão e terror. Não demorou muito tempo para que uma continuação fosse confirmada e a ansiedade por essa se torna-se cada vez maior.

Foi uma experiência incrível ver essa continuação, ela é arrepiante, sufocante e emocionante. Os personagens são tão bem conduzidos que você realmente teme por eles, é como se aquela família já estivesse passado pela vida do espectador, é como se caso um deles morresse você realmente iria perder alguém real, alguém importante.

O mérito disso fica para os atores presentes no elenco. Milicent Simmonds e Noah Jupe (que interpretam os filhos do casal) nos entregam atuações opostas, a personagem de Mili é teimosa e extremamente corajosa, ela toma frente das coisas, não há um desafio que ela, mesmo com medo, não possa enfrentar, é claro que isso traz muitos problemas para a personagem, mas é correto dizer que as decisões que ela toma ao longo da historia fazem trama andar, sem ela, o longa não seria um terço do que foi e a atriz entrega isso muito bem; já Noah, em minha concepção, representa uma pessoa com ansiedade em meio aquele caos, ele não toma frente de nada o filme inteiro, mas isso não é algo ruim, o ator entende que o que ele representa ali é um garoto que acabou de perder seu pai e precisa proteger mãe e irmãos, mas ele não sabe como, ou melhor ele não consegue, tudo que pode fazer é olhar assustado para os membros da família na espera de que eles ouçam a razão e não se arrisquem, isso pelo menos até que uma coisa muito especifica aconteça e ele tenha que tomar as rédeas da situação, querendo ou não.

Agora falando dos adultos: Emily Blunt fez bemmm menos do que era de se esperar, muitos acreditavam que esse filme “seria totalmente dela”; a atriz segura muito bem o papel e a até nos serve cenas excelentes e que fazem vc soltar um “wow” no cinema, mas definitivamente ela não é a grande protagonista. Cillian Murphy, que é a grande novidade do elenco deste filme, possui um papel de “pai” e ele tenta preencher o espaço vazio que John Krasinski deixou em nossos corações, bom, como eu disse, ele tenta, apesar de estar muito bem no filme e seu personagem ser uma peça fundamental do roteiro, não possuo muito o que dizer sobre ele.

O roteiro e direção desse novo filme são excelentes, eu diria até que são melhores que o do primeiro filme, é notório a evolução de Jonh que aqui utilizou muito de um recurso chamado rima visual (que dentro do audiovisual é uma coisa que resgata elementos de cenas passadas e os incorpora na atual. Pode ser um movimento, enquadramento, cenário… contanto que nos remeta a um tempo ou lugar anteriormente estabelecido no filme) e outro chamado arma de Chekvov (“Esta técnica caracteriza o aparecimento de um objeto aparentemente insignificante em uma história, que mais tarde revela-se importante”).

Sem contar as inúmeras cenas em que vemos 3 núcleos acontecendo AO MESMO TEMPO, que brincam muito com a sua atenção, sua expectativa e sua paciência, afinal você se vê em um mar de tensão tão sufocante que não consegue respirar e tudo isso culmina em um clímax ainda mais tenso e, acredite ou não, empolgante. A direção de arte e fotografia são lindas, é cada enquadramento que você pode ficar olhando por horas e horas sem enjoar e, por fim, a trilha que pouco inova trazendo constantes referencias de seu longa antecessor.

‘Um lugar Silencioso-Part II’ é um filme imersivo, por favor, não invente de assisti-lo com barulho externo, não invente de ver durante o dia ou com tudo ligado e, por Deus não veja em uma tela pequena. Reserve um tempo, prepare o clima certo, use fones de ouvido e, se sentir seguro, vá ao cinema assisti-lo, vale muito, muito a pena e sua experiência se fará 10 mil vezes melhor.

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