Dirigido apenas por Lana Wachowski, o quarto filme da franquia divide opiniões mas acerta no fator mais importante: a diversão.

18 anos após o último título da franquia, Lana Wachowski trás as telas Matrix: Resurrections, que nos insere novamente na narrativa do mundo distópico que tem como nosso salvador Neo (Keanu Reeves), dessa vez com um papel muito mais central para Trinity (Carrie-Anne Moss), seu par romântico e co-protagonista.
Ao contrário do que muitos esperavam, o longa não se apoia apenas em filtros verdes, roupas de couro e elementos nostálgicos que apelam ao público de 1999-2003. Ele surpreende logo no início, desde o momento em que começamos a nos situar novamente na narrativa, apresentando um novo conceito de realidade simulada. O que pode deixar os fãs da franquia que sempre se perguntaram como o contexto desse universo funcionaria nos tempos de hoje, animados.
Além de trazer não apenas elementos tecnológicos contemporâneos, a história também traz ideias mais atuais, que podem ter intenções mais amistosas ou passivas, como: E se máquinas/programas criassem consciência e se juntassem aos humanos na luta? Mas e se a simulação realmente for a melhor escolha? Será que estamos mesmo vivendo em looping? – Esse último ponto sendo bastante impactante quando colocado em contraste com nossa mais recente realidade, tendo que viver em uma pandemia global que faz com que os dias pareçam todos iguais.

As cenas de ação, em sua maioria, são bastante dinâmicas e com efeitos especiais ótimos, mas às vezes sofrem do “efeito Matrix 2: a cena da rodovia e dos fantasmas de locks brancos”, se tornando longas, mas ainda sim divertidas.
As piadas e referências descaradas, tanto nas falas quanto nos próprios ambientes físicos que compõem essa nova versão da Matrix, criam uma sensação de quebra da quarta parede, onde mostram o quanto a diretora estava autoconsciente do que fazia ao criar esse novo filme. Trazendo não apenas o elenco principal original, mas contando com o acréscimo de talento pesado da grande maioria do elenco de Sense8, Lana acabou tornando tudo ainda menos sério e ainda mais divertido.
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