Hello there!
Há 17 anos, A Vingança dos Sith chegava aos cinemas encerrando a trilogia que conta como Darth Vader surgiu, porque surgiu e como surgiu. Há 17 anos, vimos Ewan McGregor e Hayden Christensen como Obi-Wan Kenobi e Anakin Skywalker pela última vez.
Em 2019 este fato mudou, quando, durante a Star Wars Celebration, Kathleen Kennedy chama Ewan McGregor para o palco e pergunta se ele irá interpretar Obi-Wan Kenobi mais uma vez, e ele, em meio a um sorriso singelo, diz que sim.
Simples assim, estávamos de volta a era mais sombria de Star Wars. Apesar que, mesmo em 2022, ano da estreia da série e quando recebemos o primeiro trailer e poster oficial, ainda pouco sabíamos do que a série trataria além do básico: Obi-Wan está isolado em Tatooine acompanhando o crescimento de um Luke Skywalker à distância. Sabíamos que algum motivo faria com que Obi-Wan precisasse deixar a segurança de seu esconderijo e se revelar, chamando a indesejada atenção dos Inquisidores responsáveis por caçar e eliminar os Jedi remanescentes, e, como consequência, Darth Vader em pessoa, sendo o próprio Hayden Christensen também de volta a Star Wars desta vez sob o uniforme mais famoso da ficção.
Obi-Wan Kenobi chegou ao Disney+ com dois episódios em sua estreia já revelando a parte essencial do que viria a seguir: como Obi-Wan descobre que Anakin sobreviveu ao embate entre eles em Mustafar, e porque essa caçada entre ex-aprendiz e ex-mestre começa.

Corajosamente, Deborah Chow e seu time decidem revirar um pouco mais a relação de Obi-Wan e Anakin em um momento onde, até o presente momento, não havia sido explorado. A principal questão em optar por trabalhar a história deste período em específico está no detalhe que seria muito fácil atropelar ou alterar algum acontecimento da trilogia original, onde, na teoria, seria o primeiro e único reencontro entre os dois personagens. No início, a série deu indícios de que não iria exatamente obedecer ao cânone estabelecido previamente, com mudanças significativas até mesmo em relação a animação Rebels, mas como Star Wars já explicou, paciência é a chave de tudo e a série chega ao fim majestosamente respeitando os detalhes e até mesmo complementando-os.
A princesa Leia Organa (Vivien Lyra Blair), é destemida e muito aventureira, nada presa a regras e etiquetas como bem conhecemos, desde criança. Em uma de suas escapas das instalações reais de Alderaan, um grupo de mercenários que estava a espreita aproveita a oportunidade de vulnerabilidade da princesa para sequestrá-la. Como sempre, Obi-Wan Kenobi é a única esperança de 99% dos personagens de Star Wars e logo é chamado para assumir a busca de Leia ao redor desta vasta galáxia tão distante.
Também descobrimos que quem orquestrou esse sequestro foi na verdade a Terceira Irmã, Reva, interpretada pela espetacular estreante em Star Wars Moses Ingram, em sua busca feroz pela aprovação de Darth Vader e liderança dos Inquisidores. Reva é uma “ex-jedi” sobrevivente da Ordem 66, e por isso, altamente criticada e menosprezada entre os Inquisidores.

As possibilidades de caminhos a serem seguidos em Obi-Wan Kenobi eram infinitos: quais embates Obi-Wan encontraria nesta jornada? Quem poderia fazer um cameo? Quais menções importantes aconteceriam e quais flashbacks seriam escolhidos? Obi-Wan passou 10 anos desconectado da Força acreditando que Anakin estava morto e a culpa era sua, o quanto essa culpa o machucou ao longo dos anos e qual seria a consequência da ausência da Força por tanto tempo, em especial com um possível reencontro com Anakin/Vader no auge de seu poder à frente?
A estrutura de Obi-Wan foi diferente do esperado, enquanto quase que 80% focada na nova dinâmica entre os personagens principais, o “miolo” dos episódios as vezes pareciam sem foco, onde as justificativas para um personagem sobreviver aqui e outro conseguir escapar ali simplesmente pareciam fáceis demais comparados ao perigo apresentado, apenas para fazer a trama andar até o ponto da “revanche do século” acontecer. A questão foi assistir aos episódios avançarem com a sensação que o episódio final se aproximava e a preocupação que a tal revanche em si não passasse de mais uma situação de perseguição e fuga, o que não foi caso (felizmente).
O final de Obi-Wan Kenobi entrega uma das melhores lutas de sabre da saga inteira, sendo bem coreografada e recheada de “fanservice” bem feito e coeso com os personagens e suas respectivas histórias. Sem mencionar que, da forma como a luta termina, conseguimos visualizar melhor o ponto onde os filmes originais começam e porque Obi-Wan fala de Anakin com carinho e saudade, enquanto Vader não está mais na busca de seu antigo Mestre.
É um momento incrível para ser fã de Star Wars, com novas histórias sendo construídas no Mandoverse, seja na própria The Mandalorian ou suas séries derivadas, quanto nos momentos onde revisitamos histórias que já conhecemos. Obi-Wan Kenobi definitivamente vale a pena ser assistida principalmente porque dificilmente Star Wars (no universo dos live-action) voltará para essa fase nos próximos anos, ou até mesmo a abordar o relacionamento desses personagens mais uma vez. Ou seja, podemos dizer que a série foi um presente para os fãs que sempre amaram e defenderam os filmes prequels, ao mesmo tempo que pede uma segunda chance para aqueles que, na época, não curtiram tanto. É uma série que não muda a forma como as coisas evoluem, e mesmo que isso pese na balança tanto para o lado positivo quanto negativo, o valor que ela soma definitivamente é um saldo positivo.
Obi-Wan Kenobi está disponível completa no Disney+
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