Crítica | Decisão de Partir

Avaliação: 3.5 de 5.

Uma trama de mistério, mentiras, segredos e amores. Que nos surpreende com sua moralidade cinzenta e términos inesperados

A fala do filósofo chinês Confúcio: “O sábio admira a água, o bondoso admira as montanhas” é citada por Soohae Song (Tang Wei), e de certa forma é algo que permeia toda a narrativa de Decisão de partir.

O filme conta a história do detetive Haejun Jang (Haeil Park), que ao investigar um caso envolvendo um alpinista encontrado morto ao pé de uma montanha na cidade de Busan, sem saber se foi suicídio ou assassinato, acaba se envolvendo com a esposa do falecido, Soohae Song, uma imigrante chinesa que não parece muito abalada pela morte de seu marido. Conforme a investigação se aprofunda, mais eles se aproximam e assim se inicia uma trama de mistério, mentiras e desejo.

A narrativa, assim como a fala de Confúcio, viaja entre montanhas e mares. A cidade de Ipo, onde se passa a segunda parte da história que se repete com a morte do segundo marido de Soohae, não conta apenas com os mesmos personagens, mas com um elemento novo, a névoa. Essa névoa não apenas toma toda a cidade, tornando a visão difícil e o mofo das casas abundante, mas também é uma representação do casamento de Haejun, que se encontra em processo de bolor e putrefação, como também representa as visões enevoadas que Haejun e Soohae têm um sobre o outro.

A história se torna clara apenas em seus minutos finais, onde palavras e frases trocadas se concretizam em atos e decisões importantíssimas, que se resumem a ficar ou fugir, se manter firme ou partir.

Decisão de Partir, calmamente, costura cada linha, não cruza pontos sem nós, tudo, por menor que seja, tem um motivo. Cria-se assim, a mesma sensação que se tem quando vai se caminhando lentamente da praia até o ponto mais fundo do mar, onde não se tem mais pé. A sensação de estar se afundando aos poucos, voluntária e pacificamente, até o ponto em que não se tem mais outra escolha: ou se nada de volta à terra firme, ou se deixa partir e afundar no mar, uma decisão sem volta.

Dirigido por Chanwook Park, o longa concorreu à Palma de Ouro no festival de Cannes 2022, onde ganhou o prêmio de melhor direção. Também está sendo cotado para concorrer a Melhor Filme Internacional na 95ª edição do Oscar. Decisão de Partir estreará dia 5 de Janeiro nos cinemas de todo o Brasil.

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