Inspirado em uma história real, “Urso do Pó Branco” entrega exatamente aquilo que propõe: vísceras e comédia
Esse é exatamente o tipo de filme que convence as pessoas a assistirem pelo seu nome interessante, mas o que poucos sabem é que a história realmente aconteceu em uma floresta de Geórgia, nos Estados Unidos. Em 1985 um certo traficante perdeu alguns quilos de cocaína, que foram encontrados e consumidos por um urso negro de 200kg, deixando o animal extremamente violento e ocasionando em várias mortes!
O que realmente aconteceu e o que foi inventado para o filme?
Em setembro de 1985 o traficante Andrew Thornton estava viajando com 400kg de cocaína em seu avião, e ao acreditar que estava sendo perseguido pela polícia, Andrew jogou parte da carga fora, pulou do avião em movimento enquanto levava algumas malas com a droga (e ainda tinha amarrado alguns sacos do produto em seu corpo). Não é preciso de muita imaginação para saber que o paraquedas do traficante não funcionou por excesso de peso e que toda a cocaína ficou espalhada pela floresta.
O traficante foi encontrado morto no dia 11 de setembro, perto de uma estrada no estado americano do Tennessee. Meses depois, em dezembro, o The New York Times noticiou que um urso negro “morreu de uma overdose de cocaína depois de ter encontrado uma carga da droga”. O animal foi localizado na Floresta Nacional Chattahoochee.
A Associated Press conseguiu ter acesso a documentos do legista Kenneth Alonso, que foi o responsável por realizar a autópsia no corpo do urso. O animal tinha em torno de três a quatro gramas de cocaína em sua corrente sanguínea, contudo, foram encontrados cerca de 40 pacotes abertos perto do animal.
Nosso querido ursinho foi carinhosamente apelidado de “Pablo Escobear” – um trocadilho com o nome do famoso traficante Pablo Escobar com “bear”, que é urso em inglês. Assistam “Narcos”, tem o Pedro Pascal e o Wagner Moura no elenco.
Atualmente, o animal foi empalhado está em exibição em um shopping na cidade de Lexington, no estado americano do Kentucky.
É obvio que para se criar uma produção digna de ir para as telonas, os roteiristas e produtores precisaram adicionar eventos que não necessariamente aconteceram na história original.
Não há nada, absolutamente nada, que comprove alguma morte causada pelo urso ou que apresente indícios de violência do animal, muito pelo contrário, os legistas acreditam que ele morreu logo ao ingerir a droga.
Podemos ver no trailer que existem (Indiana Jones e os) caçadores da droga perdida, mas novamente, não ocorreu na vida real, isso foi adicionado somente para criar uma história no longa.
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Elizabeth Banks (diretora) explicou que após tomar conhecimento do fato, passou a simpatizar com o urso e viu uma oportunidade de criar uma versão onde ele não morresse.
“Eu realmente senti que foi terrível para o urso ter se envolvido e terminar esta história morto. Senti que esse filme era uma chance de mostrar a história de vingança do urso.”

Embora não seja tão caótica ou transgressora como esperada, a essência do filme é divertida. Na primeira metade do longa acompanhamos a história de origem do urso e personagens que estão espalhados pela Floresta Nacional de Chattahoochee, na Geórgia.
Eddie (Alden Ehrenreich), filho do traficante Syd (Ray Liotta – último papel do ator no cinema), reúne uma equipe e vai para a floresta em busca da carga perdida.
Podemos citar que os pontos altos do longa, além das atuações, são o CGI e a trilha sonora com vários hits dos anos 80. Se prepare para rir MUITO com uma cena de perseguição ao som de ‘Just Can’t Get Enough’, do Depeche Mode.
Um filme que tinha um potencial para ser somente mais alguma coisa non-sense e engraçada comete o erro de tentar se aprofundar em personagens chatos e rasos, deixando de lado o suspense e a violência.
“O Urso do Pó Branco” chega nos cinemas brasileiros dia 30 de março.
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