Se você assistiu o clássico filme Sr. e Sra. Smith (2005) com Brad Pitt e Angelina Jolie, irá estranhar num primeiro momento o caminho que a série segue. No entando esquecerá rapidamente que a nova série da Prime Vídeo foi inspirada no filme de Doug Liman (A Identidade Bourne).
A Organização, é o órgão que contratou os Smiths ara o cumprimento de missões secretas, até então pessoas desconhecidas entre si e “rejeitadas” pela instituição anterior na qual pretavam serviço, no caso de John e Jane pelo exército e CIA, respectivamente. Dispostos a abrir mão de suas vidas para terem uma nova identidade enquanto marido e mulher, começam receber suas missões por uma Inteligência Artificial, que nomearam carinhosamente de “OiOi”. Embora tenham acordado em manterem apenas a vida profissional unida, aquele casamento forçado alimenta sentimentos verdadeiros um no outro.
Lançada como um produto novo, as semelhaças se limitam no nome dos personagens John e Jane Smith e suas atividades. No filme original, o casal já existe, ambos trabalham para a organização, mas não desconfiam das atividades secretas um do outro, até que recebem a missão de eliminarem um alvo: o próprio conjugue.
A primeira temporada da série tem oito episódios e é cercada de boas decisões, a começar pelo elenco, além dos protagonistas Donald Glover (Atlanta) e Maya Erskine (Insecure), nomes como Michaela Coel (I May Destroy You) Wagner Moura (Tropa de Elite), Jonh Turturro (Tranformers) e Paul Dano (The Batman). Além da diversidade étnica na escolha dos protagonistas, a química de Glover e Erskine como os Smith te faz acreditar verdadeiramente naquele casal, no verdadeiro amor. O erro aqui, na minha opinião, foi a passagem de tempo não muito bem delimitada, o que dá a impressão de que tudo acontece muito rápido e dois desconhecidos ficaram perdidamente apaixonados do dia para a noite.
Há uma excelente dosagem de ação, drama e comédia. À medida em que experenciamos explosões e tiroteios, somos recebidos por piadocas ou ações que, por mais bobas que possam parecer (e até um pouco de vergonha alheia, vide segundo episódio inteiro ou a terapia de casal), aliviam muito bem a densidade daquela sequencia eletrizante e tira boas risadas do público. Perfeita para assistir sempre que quiser apenas curtir uma boa série, sem grandes preocupações.
O conflito proposto no filme aparece lá no finalzinho da série: os Smiths em lados opostos. O que aconteceu depois, com John a beira da morte? não sabemos. Foi deixado no ar um grande cliffhanger para ser utilizado na segunda temporada (ainda sem confirmação de renovação).

