Anúncios

Resenha | Por Lugares Incríveis

Hoje venho trazer uma resenha muito especial sobre o livro ‘Por Lugares Incríveis’. Não poderia dizer de outra forma pois de fato acredito ser um dos livros mais especiais, necessários, tocantes, sensíveis, poderia-adjetivar-positivamente-o-resto-do-dia, etc, que já li. Achei importante dar um conselho e pontuar duas coisas antes de começar a resenha, prestem muita atenção:

  • Antes de ler, cuidado, pode ativar gatilhos. Para mim, essa leitura foi edificante, porém, pode ser um grande desafio para outras pessoas. Esse livro aborda temas como depressão, ansiedade, suicídio e bullying. Jamais li um livro que abordasse esses problemas de forma tão real quanto esse. Não quero dizer que ele seja catastrófico ou coisa do tipo, mas é carregado de sensibilidade. Se você não estiver em um bom lugar mentalmente isso pode virar um problema.
  • Para os que amam as adaptações para TV e cinema: essa história vai virar um filme e tem lançamento previsto para esse ano de 2019. Elle Fanning e Justice Smith foram escalados para os papéis principais e o longa vai ser distribuído pela Netflix.
  • Para uma experiência ainda melhor com essa leitura: Todos os lugares para os quais os protagonistas viajam existem de verdade. Na hora de sua leitura, pesquise fotos deles para se sentir ainda mais conectado a essa história.

Bom, vamos lá.

Violet Markey é o tipo de garota que todas almejam ser nos conturbados anos de ensino médio. É popular, querida, ama viver e mesmo com pouca idade, já sabe o que quer fazer e pra onde ir depois da escola. É uma jovem escritora, e nos tempos livres administra um blog junto de sua irmã e melhor amiga. Contudo, as coisas mudam quando um terrível acidente de carro leva sua irmã embora e faz a vida da menina virar de cabeça para baixo. Angustiada e sem saber como agir depois da perda de sua grande companheira, Violet se vê totalmente só, incompreendida e distante de si mesma. Ou melhor, distante da pessoa que costumava ser. Ela se afasta de todos, inclusive de seus pais – de certa maneira – e passa a se esconder atrás dos óculos de sua falecida irmã.

Theodore Finch sempre foi completamente diferente de Violet. Chamado de “aberração” pelos corredores, Theodore é um garoto problemático, apresentando tendências suicidas – o que é de conhecimento de todos do colégio -, sofre de depressão e tem picos de ansiedade que o faz desaparecer por semanas. Mesmo lidando com todos esses problemas e sendo alvo de piadas por todo o colégio, Finch não se deixa ser rotulado. Ele ainda consegue ser um adolescente bem-humorado, sarcástico, genuíno, sabe se divertir e pode ser encantador.

Certo dia, lá do alto do parapeito da torre da escola, Violet se encontra decidida a cometer suicídio e Theodore, como de costume, pensa racionalmente em como o faria. Theo sabia que só havia um motivo para Violet estar ali e consegue convencê-la a desistir. É esse encontro improvável que conecta o destino dos dois, e mais tarde, graças a um projeto de geografia, partem juntos em uma jornada de autoconhecimento pelos lugares incríveis do estado de Indiana.

Theodore Finch é um dos personagens mais complexos que eu tive a chance de conhecer através da literatura. Mesmo quando seu mundo estava desmoronando, Theodore era capaz de criar um ambiente colorido, cheio de esperança e afeto. Com sua linda singularidade, ele ajuda a trazer Ultravioleta Markante (apelido de Violet dado por ele) de volta para si mesma, não como uma espécie de herói, mas como o melhor amigo que podia ser e que tanto lhe faltou no passado.

“Por lugares incríveis” foi uma leitura arrasadora. Eu não consigo definir essa história de outra forma. Existem vários livros e produções cinematográficas por aí que tentam desenvolver uma boa narrativa acerca de saúde mental, mas Jennifer Niven obteve destaque ao escrever uma com tamanha sensibilidade, exatidão e densidade. É uma obra impactante, que nos faz refletir muito sobre a vida, sobre quem nos cerca, sobre família, amor, luto e, principalmente, sobre a importância de cuidar de nossas mentes.

Uma das lições mais importantes que tirei desse livro, pessoalmente, é: você não é um rótulo, você não é a ansiedade, você não é a sua doença. Theodore foi rotulado por toda as pessoas do colégio, era o garoto esquisito que podia se matar a qualquer momento. As vozes que rondavam sua mente falavam alto mas ele lutava à sua própria maneira contra todas essas definições. Não se limite, você é mais do que a sua doença ou o que as pessoas dizem que você é.

Prepare-se para o turbilhão de emoções que te esperam. Vai valer a pena. Espero que você aprenda a amar esses personagens o tanto quanto eu aprendi. Eles possuem muito de precioso a ensinar.

Escrito por Débora Araújo Tavares

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Anúncios

Site desenvolvido com WordPress.com.