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A Vida Invisível, novo cristal brasileiro

A Vida Invisível, filme escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020, conta a história de duas irmãs que foram separadas e apagadas de suas futuras aspirações por consequência da opressão do machismo.

Um filme extremamente tocante e emocional, que retrata de maneira tão íntima a força interior das mulheres, que sempre sofreram tentativas de serem silenciadas pela sociedade patriarcal em que vivemos. O filme se passa nos anos 50, um tempo onde todos os preconceitos eram ainda até maiores que agora, porém as histórias ainda se ajustam e mexem com o público nos dias atuais.

Apesar de ser dirigido por homem, Karim Aïnouz, o longa tem um olhar de direção que dá o espaço completamente na voz dessas mulheres, que foram incrivelmente bem representadas pelas grandes atuações de Carol Duarte, como Eurídice Gusmão, e Julia Stockler, no papel de Guida. Também tendo em sua equipe uma cinegrafista francesa, Hélène Louvart, e a escritora do livro em que o filme foi baseado, Martha Batalha.

A historia é contada de maneira dolorosa, quebrando corações quando chega às suas cenas finais, mas justamente realístico. Conta com uma fotografia impecável e hipnotizante junto com uma iluminação muito bem feita, cada detalhe técnico é ótimo, assim também como direção de arte e figurinos.

Cobrimos a sessão do filme no Teatro Municipal, no último dia 18 e o discurso de Fernanda Montenegro foi emocionante: “Sem arte um país não tem caráter. Nós estamos aqui e sabemos que temos uma imagem positiva de criatividade, também de caráter social. Tudo isso é emprego, por que parece que a arte é uma coisa abstrata que não passa no diário, não é verdade. Talvez o campo da arte seja o maior fornecedor de mão de obra. (…) Nada é mais importante do ponto social do que a arte.” Em um momento político onde o cinema está sendo tão ameaçado pelo governo, é excelente que temos um filme tão forte e claramente feito com tanta paixão nos representando internacionalmente, especialmente na premiação mais importante que temos, o Oscar.

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A Vida Invisível já foi premiado em Cannes na categoria Un Certain Regard e em outras premiações ao redor do mundo. Agora, só podemos esperar para que o filme ganhe (pelo menos) uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e no meu maior sonho: que Julia Stockler seja indicada a Melhor Atriz Coadjuvante, porque de verdade, ela merece demais!

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão estreia dia 31 de outubro no Brasil.

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