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Crítica: O Farol

Com toda a bizarrice que traz à loucura, The Lighthouse mostra em fantasia ou superstição um tipo de filme de horror psicólogo que não esqueceremos tão cedo.

The Lighthouse é um conto sobre dois faroleiros misteriosos que disputam por poder e certa sobrevivência em meados dos anos 1890. Thomas Wake (Willem Dafoe) é como o chefe extremamente exigente de Ephraim Winslow (Robert Pattinson), que é mais reservado por segredos que esconde e sonhos que o persegue.

A fotografia em formato quadrado e preto e branco, gravada em lente antigas de 1912 e 1930, nos transporta para o tempo aonde a historia se passa. Os planos foram pensados para mostrar o ponto de visão de Ephraim Winslow. Também, todo o set foi montado especialmente para o filme: o farol, mesas, móveis, etc. Quando Robert Eggers foi perguntado o porquê de precisar construir toda a estrutura, ele simplesmente responde que queria que o filme fosse bom. Mas outros motivos, além de coesão histórica, era para que tudo coubesse nas lentes que estavam gravando.

O roteiro é muito bem escrito, tendo não apenas diálogos difíceis de entender pelo forte sotaque e dialeto antigo mas que é engraçado e constrói perfeitamente os personagens, também conta com a perfeita maneira que Robert Eggers conta histórias: todos os conflitos se resolvem e o filme não apresenta buracos ou questões deixadas para trás, porém, não exagera e não cai ao excesso do explicativo, deixando ainda para nós muito o que pensar e investigar do ambiente em que se passa.

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O filme aborda mitologias, superstições, reclusão, arrependimentos, impulsos humanos, e também o que pode levar um homem á loucura. Sem conseguir distinguir realidade entre sonho, superstição, ameaças reais ou paranoia criada a partir de sua culpa.

Temos a tendência de levar conteúdos produzido no presente (mesmo que a ficção se passe em gerações passadas) para discussões que andamos tendo atualmente na mídia. Em The Witch, muitos acharam que se tratava de um filme feminista, apesar de não ser a intenção, por justamente as bruxas serem consideradas algo como ícones feministas, representando uma libertação das mulheres. No segundo longa de Eggers, a análise atual cai sobre a masculinidade tóxica, relações entre homens, uma certa opressão entre si e talvez até repressão da homossexualidade.

Um filme que vai servir para vários estudos de personagem e teoria de cinema, e também para maratonar filmes que talvez concorram ao Oscar.

The Lighthouse estreia dia 02 de janeiro de 2020 nos cinemas brasileiros.

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