A Netflix lançou recentemente Self Made, uma série baseada na vida da Madame CJ. Walker, e sua empresa de produtos para cabelos. Mas muito mais que discutir o ramo da beleza, a série leva em conta o racismo, o machismo, a onde a determinação de uma pessoa leva em uma época onde negócios não deviam ser gerenciados por mulheres, especialmente negras.

Dividida em 4 episódios bem diretos, a história não aborda a infância de Sarah Breedlove – Interpretada por Octavia Spencer -, mas sim os principais pontos que moldam a formação da empresa. Desde o início conseguimos ver a personalidade da personagem e como ela se altera conforme as situações. De imediato, Sarah é uma mãe solteira e infeliz, se acha feita e merecedora desta infelicidade por conta disso. Breedlove é lavadeira e quase não tem cabelo, até que um dia uma vendedora bate em sua porta (Addie Monroe), dizendo ter um produto para cabelos que mudaria sua vida. É assim que tudo começa.
Seguindo com esse tratamento a autoestima de Sarah muda, se sente mais feliz com seu cabelo recuperado e crescendo. Se casa uma segunda vez e o sorriso se torna presente em sua rotina. Toda esta situação a faz querer contar isso à outras pessoas, então pede a Addie (interpretada por Carmen Ejogo) para ser uma de suas vendedoras, mudar de vida e ser prova de que aquele tratamento capilar é eficaz, mas Addie não aceita, embora Sarah (agora C.J. Walker por conta do marido) tenha boas intenções ela não tem o “padrão de beleza” aceitável, que fará mais pessoas comprarem o produto.

O que acontece neste meio tempo pode ser considerado spoiler, então vamos adiantar a história.
Sarah passa a fabricar seu próprio produto em casa e vender nas ruas e de porta em porta, é aí que se inicia seu sucesso. A produção é aumentada, assim como as vendas e o número de clientes, deixando Addie como concorrente. Seu sentimento agora é a ambição, não no sentido negativo da palavra, mas a vontade de não se contentar e querer mais, pois agora reconhece seu potencial. Seu foco agora é abrir um salão.
Essa determinação que apresenta, descontenta outras pessoas, afinal terá menos tempo para cuidar da família e do marido.

O salão é aberto, eles mudam de cidade e o foco passa a ser uma franquia, mais tarde uma linha de produção, uma fábrica. Com toda sua ambição (positiva), a empresária é mandada ser colocada em seu lugar em toda oportunidade, afinal os negócios “devem ser comandados por quem usa um par de calças”.
Seu trabalho de expansão é inovador, enquanto mãe, mulher negra e empresária no ramo da beleza a faz querer mais, mas para isso é preciso parcerias, investidores, enquanto isso sua concorrência aumenta, é vítima de trapaças e traições, isso a decepciona mas não a interrompe. O principal do negócio é sair do segundo plano, dar voz a quem ela representa, a raça, mais que isso, as mulheres de sua raça, pois entende que uma negra sendo representada pelos cabelos que faz, tem força para representar toda sua nação.
Madame C.J. Walker foi a pioneira no segmento e a primeira a ficar milionária sozinha nos Estados Unidos no Guinness Book of World Records. Sua reputação garantiu parcerias importantes para o negócio, que ficou para sua filha, após a sua morte.
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