ATENÇÃO! A crítica pode conter spoilers para quem não assistiu aos novos episódios da série.
La Casa de Papel: Parte 4 já está entre nós, e afirmo com veemência que é uma das temporadas mais eletrizantes e alucinantes da série.

Nesta temporada, o GRANDE GÊNIO que conduz o assalto com maestria, que segue a risca pequenos detalhes e engana a polícia como menos imaginamos ser possível,
começa a ruir. E esse é só o início de fortes emoções…
A série tratou de pontos específicos muito importantes, e que serão colocados em pauta nessa crítica. Gostaria de começar pelo MACHISMO.
Durante todas as temporadas, o plano sempre foi administrado por um homem. Berlim e Palermo, por exemplo, foram alguns dos responsáveis pela chefia do grupo durante o processo. Entretanto, percebendo que estavam em desvantagem e que algumas coisas davam errado, Tóquio decidiu tomar a frente de batalha. Claramente, isso se tornou um conflito dentro do ambiente e mexeu com o ego de Palermo, que abandonou os amigos no momento que mais precisavam, tomou atitudes perigosas a fim de gerar o caos e acusou Tóquio de aplicar um “Golpe de Estado”.
Denver, um dos personagens mais “machões” do grupo acaba entrando em conflito com Estocolmo devido ao seu comportamento altamente agressivo, suas atitudes machistas e sua instabilidade, desapontando a companheira. Para piorar, compara Tóquio e Estocolmo a modelos de carros, objetificando as meninas e criando uma inferiorização entre elas. Ele não acredita que Estocolmo e Manila podem “colocar a mão na massa” porque são mulheres (Juanito assaltava junto com ele, mas Julia não pode), e desde a terceira temporada não apoia a decisão da mulher em ser assaltante. Estamos de olho, Denver.
É super cabível comentar sobre a personagem de Alicia Sierra. Sabemos que Alicia substituiu o posto de Raquel na polícia, e sempre agiu de forma fria e cruel (perceptível nas torturas contra Rio e na negociação com Lisboa). Porém, mal sabíamos que ela havia passado por uma perda muito recente e agressiva, um fato que, de certa forma faz a gente sentir empatia pela personagem. Alicia se tornou tão viciada em trabalho, tão desesperada para esquecer seus problemas, que se quer sabia o sexo do seu bebê e parecia não ligar para isso. Nos últimos episódios, quando a situação da polícia começa a mudar drasticamente, Coronel Tamayo exige que a companheira de profissão assuma toda a sujeira de um segredo revelado mundialmente, de forma que isso não afete sua reputação como coronel. Em nenhum momento ele considerou que se tratava de uma mulher grávida e que prejudicaria a carreira dela. Entretanto, mal sabia de que forma ela agiria perante a situação que ele a impôs. Alicia não deixa de ser uma mulher forte, diz o que pensa e é corajosa, mas usa sua força para o mal. Aquela história… As vezes gostamos do vilão, né?

TRANSEXUALIDADE
E quem imaginava que teríamos uma infiltrada? Juanito, ou melhor, JULIA, é olhos e ouvidos a favor dos assaltantes dentro do grupo de reféns. Entrou como Manila e indicada por Denver e Moscou, que faziam assaltos juntos com ela. Sabem o que é melhor? Julia passou por uma transição, nos trazendo a primeira personagem trans da série.

ABUSO SEXUAL
Ainda nessa temporada, Arturo nos mata de raiva mais uma vez. Depois de todas os péssimos comportamentos nas temporadas anteriores, Arturito está de volta para mostrar que é capaz do pior. Para relembrar, Arturo era um homem casado e com filhos, que engravidou a secretária (Mônica) e negou assumir a paternidade. Como se não bastasse, já colocou a vida de todos em risco, virou coach motivacional, invadiu o assalto novamente para virar herói, tentou estuprar Estocolmo, e por último, drogou e estuprou uma refém com ansiedade. É o pior personagem, sim ou claro?

A MORTE INESPERADA
Na 4ª temporada de La Casa de Papel somos obrigados a nos despedir de um dos personagens mais amados pelo público. Preparem-se para as cenas mais fortes da série, e para derrubar algumas (várias, muitas, um monte de) lágrimas!

La Casa de Papel: Parte 4, é uma das temporadas mais bem elaboradas da série e um dos maiores lançamentos do ano. Conseguiu entregar emoção, ação e cenas incríveis. Não perca tempo e assista.

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