Na Inglaterra do século XIX, uma mulher questionar seu futuro já determinado era inaceitável. Então, imagine quando Charlotte Brontë publicou o irreverente “Jane Eyre”, sobre uma mulher que ousou questionar em 1847.
Quebrando os padrões das literaturas da época, Jane não se encaixava na beleza vitoriana. Dessa forma, o livro, além de demonstrar uma mulher revolucionária para as leitoras, ainda era um conforto para aquelas que não se encaixavam nos padrões da alta sociedade londrina.
Embora tenha o romance com o Mr. Rochester, isto não é tudo que o livro tem a mostrar. Afinal, Jane é uma personagem que busca sua independência. Eyre é, acima de tudo, fiel às suas vontades e decisões. Se ela quer algo, ela vai atrás.
Quando Charlotte Brontë publicou o livro, ela utilizou o pseudônimo ‘Currer Bell’. Entretanto, a sociedade da época não acreditou, pois um homem não questionaria o papel da mulher. Quando teve sua identidade revelada, foi criticada, pois uma mulher não deveria ser escritora.
Com a escrita em primeira pessoa, Charlotte revolucionou mais uma vez ao aproximar as experiências de Jane com as suas ambições pessoais e com as das leitoras da época e, até mesmo, as da atualidade.
Além disso, descreve sentimentos que não faziam parte das literatura.
Mas, embora revolucionária para a época, vale sempre lembrar que Jane é uma mulher branca, escrita por uma mulher branca, pertencente a um status social. Em 1847, mulheres negras ainda eram escravizadas nas colônias inglesas.
“Eu não sou um pássaro, e não fui presa em uma armadilha. Sou um ser humano livre com minha vontade independente.”
Esta é a frase que melhor descreve a revolução que Jane Eyre foi para a época. Em uma época que mulheres não tinham voz e eram retratadas como apenas um rosto.
Na filmografia, ‘Jane Eyre’ foi adaptado 13 vezes, com o mesmo nome do livro ou outros, como ‘Woman and Wife’ (1918). O primeiro filme baseado em foi Woman and Wife em 1918 e o mais recente foi ‘Jane Eyre’ de 2011 (disponível na Netflix)
Deixe um comentário