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Resenha: Uma Dor Tão Doce

Se precisasse resumir em uma frase o mais recente livro de David Nicholls, “Uma Dor tão Doce”, eu resumiria em “uma história sobre amor e sobre a verdade que tentamos evitar a qualquer custo: o tempo infelizmente passa mais rápido do que gostaríamos”.

Charles Lewis sempre foi uma garoto comum durante o colegial, vivendo uma vida monótona, sem tomar grandes riscos para si.

As coisas na vida de Charlie mudam quando a loja de seu pai vai à falência e sua mãe, cansada de lidar com todos os problemas da casa sozinha, decide deixar Charlie e seu pai para trás e vai morar com o amante, levando consigo a irmã mais nova de Charlie.

O problema é que o pai de Charlie não lidou bem com a situação, descontando suas frustrações no álcool, nos remédios, e em tornar a vida de Charlie o mais difícil possível, destruindo assim a pouca proximidade entre os dois.

O mais legal sobre esse livro é que ele é narrado por um Charlie mais velho, prestes a se casar e relembrando as semanas mais agitadas de sua vida mais jovem, após o colegial, onde ele acidentalmente acaba se juntando a uma pequena equipe de teatro e conhece seu primeiro grande amor, a Julieta da peça, Fran Fisher.

Mas não pense que você já sabe tudo o que interessa sobre o livro, para quem conhece o autor desde seu famoso best seller “Um Dia”, sabe que ele é profissional em escrever as melhores e mais dolorosas reviravoltas bem no finalzinho da história.

Uma Dor tão Doce” segue a receita já conhecida de Nicholls, onde a evolução da história vem acompanhada do amadurecimento do personagem, sua auto descoberta, e a forma como ele lida com os problemas tanto dentro, quanto fora de casa. Apesar de estarmos falando de um livro onde muitos consideram o foco no romance, para mim o mais interessante de ler e conhecer de perto foi o fato da história familiar de Charlie ter um impacto tão grande em sua personalidade, automaticamente influenciando seu crescimento em relação a transição de adolescente para adulto.

Aliás, outro ponto bacana que vivi durante a leitura foi repensar minha própria adolescência. O personagem é tão “gente como a gente” em relação a timidez, não se enxergar realizando grandes feitos ainda jovem, e a preocupação de ver o tempo passar e não se sentir vivendo de fato é algo muito substancial no início do livro, você fica extremamente contente quando vê o mesmo entrar para o teatro (mesmo que contra sua vontade) e conhecer novos horizontes (mesmo que ele demore para perceber).

Apesar de ser uma leitura densa, rica em descrição dos mínimos detalhes, os capítulos de ‘Uma Dor tão Doce’ são curtinhos, tornando o livro mais fácil de ler, mas não exatamente rápido. Demora alguns eventos na história acontecer para a leitura ficar menos cansativa.

Destaque para a edição belíssima que a Editora Intrínseca lançou no Brasil, o livro me chamou a atenção imediatamente.

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