Com a quarentena me deixando em casa muito entediada e em dias, muito pra baixo, tento buscar refúgio nas artes, na qual acho que todo mundo tem uma paixão e intimidade por algum tipo de arte.
Não sou a melhor pessoa na leitura, lia muito quando era criança porém fui perdendo a habilidade conforme fui crescendo. Desenho e pintura não são nem uma escolha para mim, por que sou muito impaciente e pouco cuidadosa. O que me salva é o mundo de possibilidades que achei no cinema.
Cinema, para mim, é filosofia em cada filme. Tudo em uma produção cinematográfica pode ser usado para contar uma história de um jeito diferente e com muita profundidade, e me fascina de um jeito que me suga para outro mundo durante as horas de filme.
Durante esse tempo, comecei a assistir filmes de um gênero que antes nunca tinha visto: terror! E são incríveis! Agora segue uma lista com filmes de terror protagonizados por mulheres e que curti demais:
- TW: maioria desses filmes contém violência gráfica.
As Boas Maneiras

Dirigido por Juliana Rojas, As Boas Maneiras é estrelado por Isabél Zuaa, uma enfermeira solitária contratada por uma misteriosa mulher rica que está grávida, Marjorie Estiano. As duas constroem um forte vínculo, até que a noite do parte muda todos seus planos. A diretora também vários curta metragens do gênero disponíveis no Youtube e Vimeo, entre eles: A Passagem do Cometa, Pra Eu Dormir Tranquilo e O Duplo.
Pânico

Esse é bem famoso, eu sei, porém preciso falar dele que virou um dos meus favoritos de todos os tempos. Você com certeza conhece a famosa máscara do Ghostface ou já até assistiu a série Scream da MTV, mas se você ainda não assistiu a franquia de filmes, você não sabe o que está esperando! Clássico de terror que mudou o gênero de slasher nos anos 90, o filme de Wes Craven (diretor de A Hora do Pesadelo), a historia conta sobre um serial killer que mata diversas pessoas em um colégio de Woodsboro, atacando um grupo de amigos específico. Ah, e também a Monica de Friends é uma das personagens principais.
Possessão

Contando com a atuação inesquecível de Isabelle Adjani (Anna), o filme conta a história de um divórcio de um casal, sem sabermos o motivo do término acompanhamos o marido descobrir mais coisas suspeitas sobre a sua agora, ex-mulher. O filme traz análises sobre o papel de mulher no casamento e outros temas. Dirigido por Andrzej Żuławski, é basicamente “Uma História de Casamento” (2019) porém muito, muito sombrio.
Suspiria (original de 1977 e remake de 2018)

Suspiria é na minha opinião, um dos melhores filmes de terror, que conseguiu funcionar tão bem como original e remake. Os dois tem um estilo muito próprio ao contar a “mesma” história: o de 1977, marcado na história com a atuação de Jessica Harper e direção de Dario Argento, conta com uma iluminação incrível de tons roxos, azuis e vermelhos, com inovações para o gênero na época e uma edição de áudio que chega a ser mais horripilante que a história e violência em si. Já o de 2018, conta com vários nomes famosos no elenco: Dakota Johnson, Tilda Swinton e Chloë Grace Moretz, essa versão trás mais profundidade a história, que conta sobre as bruxas que coordenam uma academia de balé na Alemanha. Dirigido por Luca Guadagnino, as cenas de dança e terror são muito bem executadas e inesquecíveis. Recomendo MUITO fazer uma double future e assistir aos dois filmes um atrás do outro (e depois contar pra gente qual preferiram)!
Possibly in Michigan

Curta metragem de Cecelia Condit, esse filme é super estranho, assim sendo absolutamente incrível. Em apenas 12 minutos consegue criar uma atmosfera horripilante com duas personagens principais (Jill Sands como Sharon e Karen Skladany como Janice) que são seguidas por um homem no shopping, até que elas reagem a tentativa de abuso do homem contra elas. Cecelia é uma de minhas diretoras favoritas, todos os seus filmes foram curtas metragens que em sua maioria tocaram em assunto de feminismo desde os anos 80. Com terror, poesia, e até atos musicais, Cecelia conta história de mulheres e cria versos poéticos, em poucos minutos contando histórias inesquecíveis e perturbadoras. Até hoje a diretora produz filmes, e todos estão disponíveis em seu canal do Youtube.
A Bruxa

Anya Taylor Joy, atriz de Fragmentado, aqui faz o papel de uma garota em 1630 em uma família que mora distante de outra civilização. Com outros três irmãos mais novos (um recém-nascido) e seus país, coisas estranhas começam a acontecer gerando atritos entre os familiares depois que o filho mais novo é misteriosamente sequestrado. Do mesmo diretor de The Lighthouse, Robert Eggers, foi o segundo filme revelação da atriz.
Midsommar

Esse filme gera grande discussão entre pessoas que absolutamente amam ele (eu) ou pessoas que não suportam. Dani (Florence Pugh) parte em uma viagem com seu namorado e seus amigos para um festival de verão na Suécia, logo depois de sua família inteira falecer, Dani lida com seu namorado, o lugar novo, drogas e a tentativa de recuperação após o trauma. Ano passado escrevi para o The Feminist Patronum uma crítica do filme, que você pode ler clicando aqui.

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