Você conhece as estruturas de uma cidade, você conhece as ruas, as avenidas, as casas, prédios e, dependendo de onde estiver, as estações de metrô e trem. Mas o que você não sabe é que todas as cidades possuem uma alma, e por trás dessa alma, uma criatura que sempre está perto de despertar e destruir tudo o que conhecemos.
Em Nós Somos a Cidade, Nova York é o mais recente alvo da criatura! Cinco pessoas são escolhidas para salvá-la, cinco pessoas representando diferentes cidades com um único objetivo: salvar NY da criatura que apenas eles podem ver.
A super premiada N.K. Jemisin e sua escrita peculiar estão de volta, dessa vez construindo um dos universos fantásticos mais geniais e diferentes que eu já li.
Narrado em primeira pessoa, mas como se o personagem estivesse conversando diretamente com o leitor, Nós Somos a Cidade me lembrou Welcome To Night Vale em inúmeros pontos, mas principalmente pela bizarrice divertida da narração, o toque de ficção científica no meio de toda a fantasia e a forma de descrever as cenas de ação não gerarem exatamente medo, e sim aquela sensação de euforia.
É muito interessante como a autora brinca em associar do corpo humano com as partes de uma cidade, onde uma rua principal movimentada se torna uma artéria importante e as pessoas se movendo rapidamente são os nutrientes sendo levados para outras partes do corpo da cidade.
Os personagens vão incorporando as cidades e em determinado momento você não estranha mais ver Queens batendo um papo com Brooklyn (e até mesmo São Paulo está no livro! A cidade já precisou derrotar sua criatura no passado e está ali para passar seus conhecimentos).
É um livro divertido se você tem tempo e paciência para explorá-lo, mas pode se tornar cansativo se você está acostumado com narrativas com grandes reviravoltas. O começo é confuso porque você não está esperando que sem muitas explicações, criaturas bizarras começam a aparecer e os personagens vão sendo introduzidos um sobre os outros.
Jemisin tem uma mente genial de quem sabe o que está fazendo desde a página um, por isso não perco tempo em indicar suas histórias que vão além da criatividade que estamos acostumados.
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