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Crítica | Querido Evan Hansen

Chega hoje aos cinemas a adaptação cinematográfica do musical da Broadway, vencedor de 6 Prêmios Tony: Querido Evan Hansen.

Um filme que chega em terras brasileiras após um período conturbado de críticas devastadoramente ruins desde seu dia um. Porém, como debatido com bastante afinco recentemente nas redes sociais, em decorrência de algo muito parecido que aconteceu com o novo filme da Marvel Studios, Eternos, até onde uma nota ruim é capaz de boicotar um filme, e até onde a opinião do público geral pode salvá-lo?

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Alerta para suicídio, ansiedade, bullying e depressão na história! Se você é sensível a cenas com alguns desses conteúdos, este filme pode não ser para você.

ENREDO

Evan Hansen (Ben Platt) é um adolescente no Ensino Médio que vive com depressão e ansiedade social com a ajuda de seu terapeuta e seus remédios. Ele acredita ser o único na escola lidando com essas questões, e a somatória de tudo é que, no fim do dia, fazer novas amizades pode se tornar um desafio e tanto.

Em uma de suas lições do tratamento, Evan precisa escrever cartas para si mesmo com uma mensagem motivacional, listando motivos porque o dia de hoje será melhor do que ontem. A questão é que, em um momento de quase desespero pela solidão em que se encontra, ele escreve algo similar a uma carta de suicídio, e a mesma cai nas mãos de um garoto de sua escola que, de fato, comete suicídio.

A família de Connor (Colton Ryan), o garoto que faleceu, passa a acreditar que ambos eram grandes amigos às escondidas e, ao invés de Evan contar a verdade desde o primeiro momento, ele enxerga que suas mentiras podem ajudar essa família a passar pelo luto de forma menos dolorosa, e talvez assim ele, consequentemente, consiga se aproximar de Zoe (Kaitlyn Dever), irmã de Connor e sua grande paixão.

Do mesmo diretor de As Vantagens de Ser Invisível e Extraordinário, Stephen Chbosky foca em emocionar o espectador do começo ao fim. Nesse quesito, a decisão de elenco é perfeita e é preciso colocar no topo a escolha de Ben Platt, levando em consideração o quanto ele conhece bem o personagem (Prêmio Tony de Melhor Ator em Musical!) e, automaticamente, as emoções necessárias para fazer Evan Hansen, um personagem contraditório desde o seu surgimento, possuir carisma e conquistar a confiança do público mesmo presenciando todas as suas mentiras.

Em contrapartida, Platt também se torna um dos principais problemas do filme considerando não apenas sua idade avançada para um personagem adolescente e, em consequência, o uso marcante de maquiagens e efeitos especiais, como também as expressões de quem ainda se enxerga dando vida a Hansen na Broadway. Essa dificuldade em se adaptar torna-se nítida uma vez que ele busca compensar a questão com a sua voz, algo que funciona em alguns momentos, e em outros, não.

Querido Evan Hansen também segue a exata mesma estrutura do musical da Broadway em seus momentos de ápice de tensão e respiro/comédia. É fiel, e mesmo que isso seja um obstáculo quando falamos sobre a técnica do filme, em especial nas transições das cenas, é um ponto positivo quando é possível garantir que o espectador sairá do cinema ou de sua sessão em casa envolvido com o que acabou de assistir.

A presença de Amy Adams no filme é algo marcante também, porém por pontos positivos. Como sempre, ela entrega até mesmo a própria alma para seu personagem e, graças a sua constância, os únicos momentos em que questionamos verdadeiramente as escolhas de Evan, são quando refletimos sobre o quanto veremos Cynthia, a mãe de Connor, magoada como consequência.

Em um filme que mostra de forma crua as dificuldades que uma pessoa que convive com a depressão e luta contra seus próprio pensamentos enfrenta, Querido Evan Hansen pode tanto despertar gatilhos pela forma como a história de Connor é tratada, quanto encontrar pessoas que se sentem sozinhas vivendo a mesma situação de Evan. Por isso, é essencial indicar esse filme com consciência.

Querido Evan Hansen está com 30% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes vs 88% de aprovação do público quando esse texto foi concluído, e esses números refletem bem o momento em que estamos, uma vez que nem todos os filmes precisam ser destinados a grandes feitos. As vezes, as pessoas apenas buscam um bom passatempo, e este pode se encaixar na categoria.

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