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Crítica | Annette

Você ainda não ouviu falar sobre Annette? O bebê mais badalado de 2021?

Adam Driver faz o papel de Henry McHenry, um comediante de stand-up, que se apaixona por uma das cantoras mais querida de ópera no momento, Ann (na atuação de Marion Cotillard). Seu relacionamento surpreende e maravilha o público, até que sua esposa morre inesperadamente, deixando Henry para cuidar sozinho do fruto de seu casamento, a bebê Annette.

Cuidado: spoilers à frente!

Na jornada do musical, conhecemos poucos outros personagens importantes para a trama, além do Condutor, atuado por Simon Helberg. Junto de Henry, os dois criam Annette cultivando o dom que descobrem ela ter, mostrando-a para o mundo em turnês, propagandas, etc. Enquanto alguns gritam dizendo que Annette está sendo explorada, não há dúvidas de seu sucesso e amor unânime do público ao redor do globo.

É seguro dizer que nenhum outro ator homem está fazendo igual o Adam Driver, é difícil achar alguém que se entregue tanto, com tanto sentimento, em cada fala, poesia, cada twist e ponto de exclamação. Leos Carax fez um trabalho maravilhoso com ele, direcionando cada nuance de seu personagem para a absurda comédia de Henry McHenry, e seu narcisismo esmagador.

Já Marion Cotillard nos transporta para sua peça e morre por nós várias vezes, tocando o público com seu canto de ópera de tirar o fôlego e lágrimas. A personagem, que continua extremamente presente no filme depois de sua morte, mostra todos os seus lados, dos mais graciosos e amados até os mais sombrios, vingativos e amedrontados. É de sua mãe Ann que Annette herda seus dons, em uma tentativa de se vingar de Henry por sua morte.

Henry mergulha em orgulho e ganância, puxando com ele nesse barco o Condutor, ex-amante de Ann, qual ainda é apaixonado pela mulher, até ser afogado pela raiva de Henry. O Condutor tem um papel crucial nessa história: ele é o amor dentro de Annette, ele sim cuida e ama a bebê com todo seu ser.

O mais espetacular e inesperado do filme é a bebê, que maior parte do filme é representada por uma boneca. Sim, uma boneca. Ela canta e encanta com sua fofura enquanto sendo uma boneca. Isso é muito importante para realmente desenhar todos os sentimentos absurdos e violentos sobre um ao outro, especialmente sobre pais de uma criança.

O filme é uma perfeita alegoria para todos os sentimentos horríveis, embrulhados e escondidos em nosso estômago e garganta. Como pecados acontecem ao correr do filme ao som de pura emoção dos personagens. É impressionante como o diretor nos dá uma facada com cada nota alta de música e desenrolar da história, nos colocando como vítimas da violência de McHenry e dos maltratos a Annette.

No final, a máscara cai e Annette não é só mais uma boneca, e sim uma criança, onde podemos claramente ver as marcas por ter sido usada como meio de vingança, e não uma bebê.

O filme, que rendeu o prêmio de melhor direção para Leos no festival de Cannes, está disponível no Espaço Itaú de Cinema pelo Brasil!

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