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Heartstopper | Análise completa

A adaptação mais aguardada pela equipe do The Feminist Patronum acabou de chegar na Netflix, e é claro que a gente já assistiu.

ATENÇÃO: Esse texto tem spoiler, se você ainda não assistiu, pode ler a crítica sem spoilers aqui.

Você com certeza conhece um amigo que em qualquer adaptação solta um “Ah, mas no livro não é assim”, se você não conhece, provavelmente você é esse amigo. De qualquer modo, essa é a produção perfeita para dizer que a fidelidade das HQs de Heartstopper, de Alice Oseman foi preservada do começo ao fim, e ainda por cima garante aquele sorrisinho bobo no canto da boca, bastante emoção e um quentinho no coração.

Fidelidade

Para os leitores das HQs, vimos nas imagens, teaser e trailer lançados antes da estreia que a produção teria a mesma essência dos livros, mas a cada episódio vemos que grande parte são idênticas.

Podemos listar os itens mais simples, como: A escolha dos personagens, uma pausa para destacar a Rainha da Inglaterra. Ops, mãe do Nick (Kit Connor). O figurino, destaque na mochila do Charlie (Joe Locke). O cenário, até o boliche é idêntico. As falas, incluindo a quantidade de “oi” que o casal diz. As conversas pelo aplicativo de mensagens. Os sites de busca e questionários preenchidos por Nick em seu laptop. Os toques de leve com a ponta do dedo mindinho. A forma que um segura o outro durante os beijos. Até cenas mais longas como a festa de Harry (Cormac Hyde-Corrin) e o primeiro beijo de Nick e Charlie. A cena da caneta, Nick na chuva, a declaração na praia, até mesmo as fotos feitas na cabine são as mesmas do livro. Quando não, adaptadas de diversos momentos em um único, para manter a fluidez da trama.

As trocas de cenas e a identidade utilizada segue a mesma linha, os quadros como se fossem HQs para separar os momentos ou trocas ângulos, assim como utilizar nos letterings a mesma fonte do original. Os desenhos em 2D que identificam os sentimentos dos personagens são utilizados do mesmo modo e frequência.

O título dos episódios em grande parte dos 8 episódios, é mantido, assim como a inocência pela idade dos personagens vs. atores vs. emoções.

A fotografia é muito bem explorada, principalmente com jogos de luz. Um exemplo de sutileza é na casa de Charlie, quando está dormindo no sofá e Nick sente dúvida em segurar ou não sua mão. Pela janela, entra uma luz alaranjada, como o entardecer. Esse contraste traz um ambiente mais harmônico, combinando perfeitamente com o quentinho do sofá e das cobertas, a descontração em ser um fim de semana de bobeira e – é claro – o quentinho que ficou no coração do espectador. Porém, o grande destaque mesmo se dá durante a festa do Harry, quando Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell) se beijam. A cena é completamente elaborada, uma vez que o beijo acontece no clímax da música enquanto o jogo de luzes atrás do casal forma um arco-íris.

Por falar em música, algumas canções que aparecem nos originais, compõem a playlist da série. Sempre com o clima teen de verão.

Adaptações

É claro, que dois livros (por mais que curtos) não caberiam em uma temporada de 8 episódios, cada um com no máximo 30 minutos. Além disso, o próprio nome diz: adaptação, não cópia, portanto, algumas coisas foram alteradas e – honestamente – foram bem-vindas e bem solucionadas. A exemplo disso foi maior destaque aos personagens secundários.

Enquanto nas HQs vemos total destaque na relação Nick e Charlie, na série o desenvolvimento de certos enredos nos trouxe oportunidade para discussão de temas importantes como: A transfobia das pessoas e como Elle (Yasmin Finney) lida com isso. Solidão e depressão. O sofrimento e fragilidade de Tara ao ver tanto preconceito quando revela ser lésbica e ter um relacionamento com Darcy (aqui até revela a dificuldade em ela mesma usar a palavra lésbica). O conflito na relação inicial de Charlie e Bem (Sebastian Croft), com maior aparição de Ben que na narrativa. O timing de revelar o relacionamento de Charlie e Nick à Tao (William Gao) – o que só vemos no livro 3. Essa antecipação foi bem trabalhada graças a um conflito com a introdução de uma personagem nova, Imogen (Rhea Norwood).

Mas até as adaptações mantiveram suas referências aos originais. Podemos até dizer que o do conflito do casal no oitavo episódio teve um resultado bem semelhante ao livro “Nick and Charlie (A Solitaire novella)”. E outros destaques mais, como a utilização do francês, os livros de Alice Oseman espalhados em diversas cenas e Mario Kart.

Heartstopper, com certeza já está na lista de melhores confort séries indicadas pelo The Feminist. Ela é fofa e intensa ao mesmo tempo, cativante pela fidelidade e empatia com os personagens e situações vividas.

Ansiosa pelos próximos capítulos, muitas coisas poderão ser diferentes (a expectativa pela renovação é grande), pois já foram solucionadas nesta primeira temporada, mas isto dará mais oportunidades de desenvolverem ainda mais esse grupo de amigos e suas particularidades. Além de que há muitos detalhes que não foram abordados e a ansiedade de como serão trabalhados sem gerar tanto gatilho, uma vez que a classificação é de 12 anos.

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