Star Wars de uma forma jamais vista
Quando conhecemos Cassian Andor (Diego Luna) pela primeira vez, em Rogue One (2016), ele já era um membro estabelecido e valioso da Rebelião.
Em Andor, nova série do Disney+ que encerrou sua primeira temporada hoje, damos alguns passos para trás nessa história e exploramos algumas das primeiras faíscas da Rebelião responsável pela queda do Império. Não há Força ou Jedi aqui. Nada de sabre de luz ou participações especiais.
Em uma galáxia tão vasta e populosa como a de Star Wars, é de se imaginar que a Rebelião não surgiu em apenas um único lugar, ou até mesmo sob a responsabilidade de uma única pessoa. Em Andor, conhecemos alguns desses pólos principais, como a rotina exaustiva da Senadora Mon Mothma (Genevieve O’Reilly) que, enquanto cumpre com sua agenda política, precisa encontrar novas formas de movimentar o dinheiro que destina para a Aliança Rebelde sem levantar suspeitas.
Também conhecemos Luthen (Stellan Skarsgard), dono de uma loja de artefatos raros que serve como uma boa fachada para receber diferentes tipos de visitas e viajar quando bem entender, sem mencionar a possibilidade de também movimentar grandes quantias sem chamar atenção.
Isso é Andor, uma série que tem como premissa a possibilidade de explorar o início da Rebelião desde os civis que acreditam em uma vida melhor e oferecem sua própria vida a causa, até o conhecimento de que, para algo tão grande acontecer, é necessário também que pessoas importantes se envolvam. Ao final do dia, ninguém é verdadeiramente confiável neste enredo, e cada respectiva motivação é o que une os mais meticulosos ao mais radicais.
Divida em dois arcos de três episódios, episódios intermediários e a grande finale sendo o décimo segundo episódio, a série criada por Tony Gilroy finaliza sua primeira temporada entregando um roteiro impecável, bem estruturado e com pouquíssimas pontas soltas, deixando o terreno perfeito para que a segunda temporada comece já no meio da ação. As falas e discursos são facilmente o ponto forte da série e não era para menos, uma vez que o mesmo roteirista de ‘House of Cards’, Beau Willimon, e Dan Gilroy, de ‘O Abutre’, acompanham Tony no desenvolvimento de Andor.
Outro ponto que se destaca nesta primeira temporada é a trilha sonora de Nicholas Britell, indicado duas vezes ao Oscar por seu trabalho em ‘Moonlight’ e ‘Se a Rua Beale Falasse’.

Mesmo que Cassian seja o personagem que carrega o nome da série, sua jornada em muitos momentos fica em segundo plano quando comparada a grandiosidade dos momentos em que Genevieve O’Reilly ou Stellan Skarsgard estão em cena, em seus movimentos políticos sutis porém geniais. A exaustão que esses atores demonstram apenas no olhar representa incrivelmente bem que para a causa de fato acontecer, algumas pessoas precisarão abrir mão de absolutamente tudo, inclusive, em certos momentos, de seus princípios.
O enredo de Cassian, de fato, é responsável por mostrar o lado humano da história. Onde ele vai de pura confiança em si próprio e descrença na Rebelião, para desesperança e desespero (sendo o episódio 10, “Só Uma Saída“, uma das melhores produções de toda a saga), e, enfim, a raiva que alimenta sua decisão final de se juntar a causa.
O grande vilão de Andor é o sistema. Em contrapartida da Rebelião, também vemos as falhas do Império, os trabalhadores comuns que se cansam e cometem erros. Andor não precisa de Vader ou o Imperador para elevar a tensão ao limite, a própria formação do Império já faz isso muito bem.
Não a toa, atualmente Andor é a série mais bem avaliada do Disney+ este ano.
Assista todos os 12 episódios de Andor hoje mesmo no Disney+
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