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Resenha: Meu Coração e Outros Buracos Negros

Aysel tem 17 e está deprimida, muito deprimida. Sente como se fosse uma intrusa na casa de sua mãe, seu pai está preso pelo crime que saiu em todos os jornais da cidade, não tem amigos e está em um trabalho que detesta.

Então ela chega à conclusão que parece a mais sensata: cometer suicídio.

“… Não tem significado. Qualquer um que já esteve triste de verdade pode dizer que não há nada de bonito, literário ou misterioso na depressão.” página 22

Mas sozinha? não, Aysel não acredita que conseguiria sem um incentivo e é aí que ela encontra o Paisagens Tranquilas, um site em que você procura o seu parceiro de suicídio e por sorte ela encontrou o RobôCongelado que só vinha com uma condição, eles teriam que cometer suicídio dia sete de abril. E assim começa o livro, cada capitulo é um dia de contagem regressiva.

Eles marcam um encontro e mesmo apreensiva ela vai e encontra o último tipo de pessoa que esperava, encontra Ronan. Um menino bonito que aparenta ser popular, alto, com um porte atlético, ex jogador de basquete e com uma história bem triste. Aysel descobre que naquele dia faria 1 ano que Ronan perdeu sua irmã mais nova e que se culpava pelo acontecido.

Ela decide que ele será seu parceiro mas não conta a sua história pra ele logo de cara e gosta dele por ele não pressiona-la a falar. Eles acabam marcando outros encontros e passando o tempo juntos, ele a acompanha em um dia no zoológico por um trabalho da escola e ela vai a um jantar na casa dele, consequentemente ficam mais próximos e Aysel acaba gostando de sua companhia.

Mesmo com os encontros, Aysel ainda não se sente confiante para contar toda a história do por que quer cometer suicídio ou qual seu pai realmente é até que decide que quer vê-lo uma última vez antes de partir. Ela convida Ronan para acompanhá-la porque tem medo que não consiga fazer isso sozinha, então eles usam a desculpa que iram acampar visto que o pai dela está internado um pouco longe de onde moram.

Chegando lá eles descobrem que seu pai foi transferido a meses e sua mãe não contou nada para ela. Como já estavam longe de casa, eles acabam decidindo montar acampamento e dormir por lá mesmo, mas como adolescente é aquela coisinha que não pode ver uma oportunidade de beber que quer aproveitar, Ronan levou duas garrafas de vinho.

Depois de um tempo conversando sobre tudo o que planejam eles acabam se beijando e Aysel se da conta de que está apaixonada por Ronan, aquele menino com o qual ela pensou que seria seu parceiro de suicídio acaba sendo o motivo pelo qual ela acredita que vale a pena viver e é aí que ela decide que precisa contar a ele toda a verdade sobre quem é, sobre seu pai e convence-lo a desistir do suicídio.

Quando voltam para casa, Aysel o convida para sentar no velho parquinho que iam para se encontrar e ela finalmente conta que seu pai é o dono de loja que atacou e matou com um taco de beisebol um dos adolescentes mais promissores da cidade. Ela conta que não queria morrer por tudo que ele fez só, mas que tinha medo de ficar igual a ele no futuro. Ronan é compreensivo e a faz sair de lá com uma nova perspectiva, ela conversa com sua mãe finalmente sobre as coisas que á atormentam e acaba decide ir atrás dele de novo para finalmente contar que mudou de ideia sobre o suicídio e convence-lo a mudar também.

Chegando lá ela é surpreendida pela mãe de Ronan dizendo que ele saiu de casa falando que ia visita-la e ela simplesmente sabe que ele foi cometer o suicídio sem ela, dois dias antes do previsto. Em desespero, ela conta para a mulher o que seu filho deve ter ido fazer e juntas saem a procura dele. Pouco tempo depois o encontram, tinha sofrido um acidente de carro mas ainda estava vivo.

Ronan é levado para o hospital as presas e por um milagre consegue sobreviver ao acidente, acordando dois dias depois e finalmente tendo aquela conversa que eles precisavam.

‘’- Conhecer você me ajudou a ver as coisas de um jeito diferente. Ver a mim mesma de um jeito diferente. E tudo o que quero é que você se veja do jeito que eu vejo.’’ Pagina 297.

Com um tema difícil mas necessário, Jasmine Warga fala sobre o suicídio adolescente de uma forma honesta e nos leva a sentir o sofrimento dos personagens, cada um com uma bagagem diferente mas com a dor em comum. Foi uma leitura rápida e um tanto quanto esperançosa de que mesmo quando tudo parece estar perdido, podemos encontrar um motivo para sorrir novamente.

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