Artista, cantora, atriz, palestrante, ativista, esposa e mãe.
Amanda Palmer abre as portas de seu coração para explicar que não existe problema algum em pedir ajuda.
Provavelmente existem duas formas em que você pode já ter ouvido falar sobre a Amanda:
1- Ela é esposa do renomado autor Neil Gaiman.
2- Ela abalou uma platéia do TED Talk com sua palestra de apenas 12 minutos onde contava toda a sua trajetória, até se tornar a número um no site Crowdfunding.
Para quem não conhece, o Crowdfunding pode ser considerado como a famosa “Vaquinha Online” no Brasill, é um site onde as pessoas que precisam de algum tipo de investimento para dar início a um projeto, pedem dinheiro para pessoas que estão dispostas a comprar a ideia.
Amanda já havia passado por maus bocados quando decidiu deixar para trás sua gravadora e se arriscar no Crowdfunding, como uma forma de lançar seu novo álbum independente.
Ela apenas não esperava se tornar a primeira pessoa no site a atingir a marca de 1 milhão de dólares arrecadados.
Para chegar a esse feito, Amanda desenvolveu uma carreira de muito afeto e proximidade com seus fãs, se dedicando totalmente ao contato com todos sempre que possível.
Quando digo contato, é literal, Amanda costumava subir aos palcos de seus shows e perguntava se alguém na platéia poderia acolher ela e sua banda durante a noite.

O livro conta toda sua trajetória, desde que terminou a faculdade, quando decidiu que não queria um emprego normal e com uma rotina cansativa, sem poder viver sua arte em si, então decidiu que se tornaria uma estátua humana em uma praça, se tornando A Noiva em cima de engradados de leite e muita maquiagem branca no rosto, precisando lidar com todo o tipo de pessoa, ofensas e julgamento possível.
Você se apaixona pela autora de inúmeras formas e em inúmeros momentos.
Quando comecei a ler o livro, não imaginava que essa mulher, que já admirava pelas músicas, tinha passado por tanta coisa, como a falta de dinheiro, a doença de um ente querido e uma gravidez perdida.
“Todo mundo tem problemas em pedir. Pelo que vi, não é tanto o ato de pedir que trava a gente. É o que está por trás: o medo de ser vulnerável, o medo de ser rejeitado, o medo de parecer fraco ou carente. O medo de ser visto como um estorvo, e não como agente ativo da comunidade. Isso leva essencialmente ao distanciamento entre as pessoas.”
Outro ponto altíssimo do livro é quão intimamente ela descreve seu relacionamento com Neil Gaiman, e sobre como foi difícil para ela, que passou a vida pedindo tudo para as pessoas, conseguir aceitar a ajuda de seu próprio marido em certos momentos, apenas porque ele é extremamente famoso e rico, e ela não queria ser considerada uma fraude.

Essa é uma leitura fácil e rápida, e às vezes parece que você está literalmente vivendo a vida ao ladinho de Amanda.
Uma das coisas mais bacanas em ler um livro de 2015, e acompanhar a artista agora, é perceber que não importa o nível que sua fama alcançou, não importa quanto dinheiro ela ganhou e menos ainda quanto reconhecimento ela obteve, Amanda continua sendo a mesma humana com um enorme coração de quando ainda era apenas uma estátua humana de rua.

O sentimento nesse exato momento é de “eu apenas queria ser amiga dessa mulher”.
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