Provavelmente, o filme de guerra mais realista de todos os tempos

Por que continuam fazendo filmes sobre a Segunda Guerra Mundial? Por que esse narrativa é tão explorada e tem tanto público? Estaria mentindo se dissesse que os filmes históricos servem para ensinar uma lição de “que a humanidade nunca mais repita essa atrocidade”, já que vivemos em um mundo capitalista onde países subdesenvolvidos enfrentam suas próprias guerras diariamente e não ganham ao menos uma manchete nos grandes websites.

O homem é cruel e sádico, isso não é novidade. Fica explícito ao longo do filme que os soldados não são importantes, que as pessoas não passam de números e que a guerra alimenta o sistema capitalista.

Entendendo tudo isso, por que temos um filme de guerra indicado ao Oscar e tantas outras premiações em pleno 2023? “Nada de Novo no Front” apresenta a verdadeira narrativa histórica, onde nenhum dos países mostrou misericórdia ao outro, matando milhares de pessoas em prol de algo político que poderia ser resolvido com uma conversa entre indivíduos de bom senso.

Não existe uma mensagem bonita ou pelo menos a estrutura americana que normalmente é apresentada em filmes de combate, onde tudo é feito por um bem maior. “Pessoas morreram e lugares foram destruídos, mas está tudo bem nós vencemos a guerra!”. Além disso, o filme mostra o ponto de vista dos soldados alemães, obvio que não justificando o nazismo, mas apresentando que em um lugar com tanta dor não existe vitorioso.

Gosto de lembrar de uma cena de Fleabag quando se trata dessa dor causada pela guerra, e como, ainda em 2023 há homens que se identifiquem com os soldados e que entrariam em combate sem pensar duas vezes.

Um filme cinematograficamente muito bonito, com ótimos enquadramentos e cenas profundamente dolorosas de serem assistidas.

“Nada de Novo no Front” está disponível no catálogo da Netflix, mas só assista caso se sinta confortável em presenciar violência explícita.