Crítica | Operação Hunt

O filme estrelado e dirigido por Jung-Jae Lee, conta uma história cruel de forma  hollywoodiana

“Operação Hunt” chega aos cinemas brasileiros no dia 2 de fevereiro e conta com a direção de Jung-Jae Lee (Round 6), que venceu o Emmy de Melhor Ator em Série Dramática em 2022, e que juntamente com Woo-Sung Jung, estrela o longa que tem duração de 2 horas e 11 minutos.

Inspirado em fatos reais (mas não muito), o filme conta a história de Pyong-Ho Park (Jung-Jae Lee) e Jung-Do Kim (Woo-Sung Jung), dois integrantes da Agência Central de Inteligência Sul-Coreana durante a ditadura, no início dos anos 80. Ambos oficiais são incumbidos da proteção do estado e do presidente. Contudo, eles precisam desmascarar a identidade de um traidor infiltrado, e acabam por descobrir a existência de um plano para assassinar o presidente do país nesse processo. 

O longa é muito movimentado, com cenas de ação contínuas, mas pouco complicadas. Suas cenas de ação hollywoodianas, com direitos a explosões massivas e tiroteios intermináveis, fazem do filme um ciclo de si mesmo, repetindo a narrativa de novo e de novo. Eles planejam uma operação, essa operação é sabotada e tudo termina em um grande bang-bang. 

Mesmo nos poucos trechos em que podemos ver pequenos momentos de realidade da ditadura, como nas salas de tortura e na violenta represão contra estudantes universitários, logo esses momentos são abruptamente jogados para escanteio, para que uma cena de ação exagerada tome seu lugar. Referências sutis ao Massacre de Gwanju e à dura ditadura promovida pelo presidente militar Doo-Hwan Chun, passam despercebidos em meio a todo o barulho, brutalidade e litros de sangue derramados em suas sequências de violência performática.

Os 3 atos exatamente iguais, somados a uma direção pouco criativa e a duração de mais de 2 horas, faz de “Operação Hunt” uma obra maçante e frustrante. O longa pode até encontrar seu lugar em meio aos milhares filmes de ação militar estadunidenses que são lançados todos os anos, mas peca ao não investir em uma narrativa mais profunda e que tem mais cartuchos de bala do que falas marcantes.